Marco Polo e Carneiro tomam posse, de novo, da Federação Paulista e vão vender flats para fazer estacionamento
Marco Polo vai assumir CBF no dia 16 de abril e vai deixar o "bolo" para Reynaldo Carneiro Bastos conduzir sob rédea curta
O assunto mais polêmico da Assembléia Geral parece ter sido bem esclarecido: a venda de quatro flats em nome da entidade. Perto de R$ 1,5 milhão será destinado para estacionamento
São Paulo, SP, 9 (AFI) – Com a presença maciça dos representantes dos clubes e ligas filiados, foi empossada, nesta sexta-feira à tarde, a “nova” e já manjada diretoria executiva da Federação Paulista de Futebol (FPF). Mais uma vez tendo como presidente Marco Polo Del Nero, que no dia 16 de abril vai se afastar para assumir a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O enfeitado bolo – FPF – continua nas mãos dos mesmos, num processo de continuísmo tanto visto no esporte brasileiro. O assunto mais polêmico da Assembléia Geral, porém, parece ter sido bem esclarecido: a venda de quatro flats em nome da entidade.
A diretoria precisava da autorização dos seus filiados – clubes das Séries A1, A2 e A3, além de clubes da Segunda Divisão e de Ligas Oficiais e Federadas em todo o Estado. E conseguiu após explanação dos fatos. Cada flat tem um valor estimado entre R$ 350 e R$ 380 mil reais. Embora alugados, estavam dando prejuízos à entidade que poderá, portanto, arrecadar perto de R$ 1,5 milhão de reais dos apartamentos localizados no valorizado bairro do Brooklin, na capital.
Ficou esclarecido que os flats estão sob controle da FPF desde a administração de Eduardo José Farah, que deixou a entidade em 2003 com os cofres cheios e com uma sede nova e moderna no bairro da Barra Funda. Além de desfrutar deste confortável prédio, Marco Polo aproveitou toda a estrutura de marketing montada por Eduardo Farah e que transformou a Federação Paulista numa entidade respeitada e com recursos para promover suas competições e auxiliar seus filiados.
A receita arrecadada com a venda destes flats, segundo explicações da diretoria, será destinada à aquisição de algumas casas ao redor do prédio da FPF, que poderão servir, em princípio, como estacionamento. A área destinada a isso, atualmente, fica apenas no subsolo da entidade e é bastante reduzida para atender seus filiados.
IDEIA VETADA
Alguns dirigentes do Interior, representado por Marco Chedid, presidente do Bragantino, chegaram a sugerir, de forma tímida, afinal a grande maioria é medrosa em até mesmo sugerir alguma mudança na entidade, de que a receita pudesse ser aplicada no pagamento de arbitragens das divisões de base. A diretoria, porém, manteve seu plano de investir no patrimônio da sede própria, uma obra magnífica, idealizada e construída por Eduardo Farah.
No mais, aconteceu o que era esperado. Marco Polo assumiu, outra vez, a presidência da FPF, em eleição antecipada para o ano passado. Quando ele assumir a CBF, dia 16 de abril, então a presidente da Federação será ocupada pelo vice-presidente Reynaldo Carneiro Bastos, que há 28 anos participa, direta ou indiretamente, das administrações da entidade. Fez parte da presidência de José Maria Marin, de Nabi Chedid, de Eduardo José Farah e de Marco Polo Del Nero.
Marco Polo Del Nero confirmou que o ex-deputado federal (PSB) Walter Feldman, que foi coordenador da campanha de Marina Silva à Presidência da República, será o novo secretário geral da CBF, função que já exerce na Federação Paulista, cada vez mais ligada à vida política partidária nacional.
A esperança dos clubes do Interior é de que o “novo presidente” – Reinaldo Carneiro, não mantenha a linha elitista nos 11 anos em que Marco Polo esteve à frente da entidade, sempre protegendo os grandes clubes e dando pouca importância para os clubes do Interior, os mais prejudicados com a aprovação da malfadada Lei Pelé – no final da década de 90 – e que apresenta reflexos negativos e aparentes somente agora, 15 anos depois.

GRANDES PRESENTES
A Assembleia Geral foi presidida pelo presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, que pouco falou e limitou-se a conduzir os trabalhos previstos nos editais. Mário Gobbi, do Corinthians, confirmou que vai deixar a presidência do Timão após seis anos e agradeceu o apoio que sempre teve da Federação e da CBF, principalmente nas suas campanhas vitoriosas da Copa Libertadores e do Mundial Interclubes, no Japão.
Pelo São Paulo falou o vice-presidente Júlio César Casales, enquanto o recém empossado presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, nem se manifestou. Pelos times do Interior foi dada a palavra ao presidente do São Bernardo Luis Fernando, agora deputado eleito pelo PT – Partido dos Trabalhadores.
“Nós no São Bernardo encaramos o futebol como uma forma de integrar os cidadãos à sociedade. Tanto que além de mantermos o clube profissional, mantemos as escolinhas na cidade e fazendo um trabalho social”, comentou.
O presidente do Guarani, Horley Senna, marcou presença de Campinas ao lado de Giovane Dimarzio, um dos vice-presidentes da Ponte Preta.
Ao término da cerimônia foram hasteadas as bandeiras dos quatro novos integrantes do Paulistão 2015: Capivariano (campeão), São Bento (vice-campeão), Marília e Red Bull. Ao final da Assembléia Geral os dirigentes rapidamente foram deixando a entidade. A maioria, medrosa; parte covarde e outra esperançosa de que mudanças radicais possam acontecer nos próximos anos. Só mesmo por uma mudança de posição dos dirigentes do Interior. OU seja, por um verdadeiro milagre.






































































































































