Luto! Arlindo Cruz, ícone do samba e torcedor do Flamengo, morre aos 66 anos

Mesmo tendo um pai vascaíno, Arlindo escolheu o Rubro-Negro para torcer desde a infância

O velório de Arlindo Cruz será realizado no Rio de Janeiro, cidade onde viveu a maior parte de sua vida e construiu sua história tanto na música quanto como torcedor

Arlindo Cruz
Foto: Reprodução

Rio de Janeiro, RJ , 08 (AFI) – O cantor e compositor Arlindo Cruz, um dos maiores nomes do samba e da música popular brasileira, faleceu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos, em decorrência de sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC) sofrido em 2017. Além de sua brilhante carreira artística, Arlindo também era conhecido por sua paixão fervorosa pelo Flamengo.

Mesmo tendo um pai vascaíno, Arlindo escolheu o Rubro-Negro para torcer desde a infância. Em 1965, ano em que ganhou seu primeiro cavaquinho, assistiu no Maracanã a uma vitória do Flamengo sobre o Fluminense — e nunca mais se afastou do clube do coração.

“Eu era apaixonado, chorava quando o time perdia. Aquele 6 a 0 do Botafogo em 1972 foi muito duro. Fui levado por um botafoguense, o Sidnei, que namorava minha irmã. Eles tiraram onda com a gente, o Jairzinho fez gol de letra, o Fischer também marcou… Mas depois devolvemos: ganhamos deles por 6 a 0 e depois por 6 a 1”, contou Arlindo em entrevista.

MOMENTO MARCANTE

Quinze anos depois, Arlindo testemunhou mais um momento marcante do Flamengo: a vitória sobre o Coritiba na campanha do primeiro título brasileiro do clube, em 1980. O Rubro-Negro já havia vencido a ida, mas saiu perdendo por 2 a 0 na volta, no Maracanã.

Com dois gols de Nunes e um golaço de Carlos Alberto, o Flamengo virou e garantiu a vaga na final — momento que inspirou Arlindo a compor uma reedição do samba rubro-negro, como ele mesmo contou:

“Naquele ano eu era estudante, tinha saído da Aeronáutica e estava começando a compor. Fui ao jogo e o Coritiba abriu 2 a 0. Zico se machucou, depois o Júlio César, o Uri Geller… Se eles fizessem mais um, era adeus. Mas o Nunes meteu dois gols, e depois veio aquele golaço do Carlos Alberto. Eu estava de frente. É um gol inesquecível. A arrancada dele foi sensacional.”

Arlindo ainda lembrou que, por não haver torcida do Coritiba presente, se posicionou atrás do gol, para ver o Flamengo atacando no primeiro tempo:

“Vi o Carlos Alberto saindo lá de trás, driblando todo mundo. Aquilo ficou na memória”, relembrou com emoção.

VELÓRIO

O velório de Arlindo Cruz será realizado no Rio de Janeiro, cidade onde viveu a maior parte de sua vida e construiu sua história tanto na música quanto como torcedor apaixonado pelo Flamengo.