Líder do MRP é condenado à prisão e fica fora da disputa pelo controle da Ponte Preta

André Carelli é condenado e vai cumprir pena. MRP fica sem candidato a presidente.

Coordenador do MRP pegou três anos de pena , além de pagar multa pesada ao ICMS

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Carelli: condenado e fora da disputa

Campinas, SP, 19 (AFI) – Na véspera da eleição do Conselho Deliberativo da Ponte Preta, neste sábado dia 20 de novembro, a chapa MRP – Movimento Renascer Pontepretano – perdeu um dos seus principais líderes. Trata-se de André Luiz Carelli Nunes, o André Carelli, que não vai poder mais concorrer ao conselho e nem à sonhada presidência da diretoria executiva. O motivo é grave: uma condenação pela Justiça Criminal de Campinas.

Coordenador da campanha do MRP, Carelli era apontado como possível candidato à presidência. Isso reforça a possibilidade de uma dobradinha entre Marco Eberlim, como vice, e Tiãozinho, como presidente. Apesar das negativas de Tiãozinho ele pode virar a primeira e, talvez, única opção para viabilizar a candidatura do grupo.

Carelli foi condenado por sonegação fiscal – não pagamento de ICMS, Imposto de Circulação de Mercadorias (0039289-93.2017.8.26.0114). A pena é pesada: três anos de reclusão (prisão), além do pagamento de 15 dias multa. Porém, como a pena é inferior ao mínimo legal – quatro anos – para cumprir em regime fechado, ele ficará em liberdade vigiada.

A princípio, a pena de prisão foi substituída por 02 restritivas de direitos: prestação de serviços à comunidade e proibição de frequentar determinados lugares pelo tempo integral da pena.


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Decisão da juíza criminal

PRISÃO E MULTA

A condenação já foi referendada em 2º Grau, e transitada em julgado no dia 15 de julho de 2021. Não há mais nenhuma possibilidade de recurso. A condenação é da juíza Patrícia Suárez Pae Kim, da 1.ª Vara Criminal de Campinas.


No dia 10 de setembro de 2021 no processo de número 0039289-93.2017.8.26.0114, a Juíza determinou a expedição das guias de recolhimento e que o nome do Sentenciado seja lançado no Livro Rol dos Culpados.

Além das penas restritivas de direitos, em substituição a pena de prisão, André Carelli terá que pagar uma multa penal, além, é claro, de responder a uma Execução Fiscal para que pague os valores sonegados. Os valores ainda não foram definidos pelos órgãos competentes.


ENTENDA O CRIME

Na verdade, o crime cometido por Carelli não é o de mero inadimplemento, mas sim o de sonegação de impostos, ou seja, deixar de recolher impostos em favor do Estado, em linhas gerais, se pode dizer que tentou enganar o Estado em suas prestações de contas.

Sonegar é quando alguém se apropria (toma) de um valor em dinheiro que não é dele. Uma das principais máculas desse crime, é que, em última análise, se trata de um delito que lesa a sociedade.

André Carelli ainda tem outras ações de execução, o que significa que ele ainda deve dinheiro na praça e pode sofrer novas condenações.

Temendo esta conduta delitiva, e que o mesmo possa acontecer dentro da Ponte Preta, a chapa DNA Pontepretano entrou com pedido de impugnação da inscrição de André Carelli na chapa MRP. E teve êxito. O conselheiro deve, inclusive, ter seus direitos suspensos no clube por se tratar de um condenado criminal. Esta possibilidade é prevista no estatuto.


VIDA DURA

André Carelli perdeu a primariedade na Justiça. Ou seja, ao cometer qualquer outro delito poderá ser preso. Por exemplo: se ele for flagrado dirigindo após consumir bebida alcoólica, será encaminhado a uma cadeia imediatamente.

Embora ele não vá perder o direito de trabalhar ou ficar em casa durante o dia, com certeza, vai perder alguns privilégios de qualquer outro cidadão comum.

Em tese, Carelli não poderá sair de casa à noite, nem nos finais de semana. Torcedor fanático da Ponte Preta, talvez, tenha que ver muitos jogos da Macaca apenas pela televisão, longe do estádio Moisés Lucarelli – o Majestoso


JUSTIÇA LENTA

Na condição de condenado, André Carelli, aguarda a expedição de guia de recolhimento prisional. Depois disso ele terá que se apresentar ao Fórum para o início do cumprimento da pena que lhe foi imposta. Sua ausência, a este ato, poderá resultar na formalização de um mandado de prisão, e ficará na condição, então, de foragido.

Esta lentidão da Justiça, proporcionou a André Carelli no passado um longo processo contra Sérgio Carnielli, que o afastou da presidência da Ponte Preta de 2008 até 2020. O subterfúgio usado na época foi questionar a prestação de contas da diretoria feita por uma auditoria independente.


O presidente de honra, Sérgio Carnielli, na ocasião, teve suas contas aprovadas pelos Conselhos Fiscal e Deliberativo, porém, acabou condenado por contratar uma empresa cujo suposto proprietário era um conselheiro do clube.


Até hoje Sérgio Carnielli tenta provar sua inocência na Justiça, inclusive com seus advogados apresentando provas cabais de erros ocorridos no processo inicial.

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