Campinas, SP, 23 (AFI) – Lenda dos esportes de força em Campinas, Hugues Jorge faleceu nesta quinta-feira com 96 anos de idade e quase 80 de carreira esportiva. Hugues foi pioneiro de vários esportes na cidade e possuiu cerca de 500 medalhas e 300 troféus em sua coleção.

O velório será às 7h desta sexta feira (24), no Cemitério da Saudade em Campinas. Às 10h, acontece o sepultamento.

O atleta praticou em toda a sua vida mais de cinco esportes, entre eles o boxe, onde se tornou lenda, além de se aventurar no atletismo, remo e fisiculturismo, nesse último foi o primeiro campeão de Campinas em 1950.

COMEÇO DE UMA LENDA

O início nos esportes foi no boxe, quando estreou no dia 11 de agosto de 1945, com 16 anos. A ocasião foi a inauguração do ringue na quadra de esportes do complexo, no bairro Botafogo.

Hugues se destacou com 19 anos, quando participou de um torneio que contava com presenças ilustres entre eles, Ralph Zumbano, então atual campeão paulista e brasileiro de boxe. Na competição, Hugues, que representava o departamento de pugilismo do Esporte Clube Mogiana venceu um lutador da casa, e dali para frente, conseguiu hegemonia no esporte.

“Lutei quase 30 vezes e nunca perdi. Rodei o interior paulista todo, de Jundiaí a Araraquara. Meu treinador no Mogiana, chamado Johnson, era um rapaz negro muito forte, mais pesado do que eu, mas em um dos treinos o levei a nocaute. Fiquei pronto para sair correndo, pensando que ele ia bater em mim quando se levantasse”, comentou a lenda à entrevista ao jornal Hora Campinas.

OUTROS ESPORTES

Porém, nove anos depois da sua estreia no boxe, Hugue fez a sua última luta. “Só não tive futuro porque o boxe não ia para frente em Campinas”, lamentou. Mas garantiu que a modalidade era a sua preferida.

A partir desse momento, Hugues decidiu praticar outros esportes, como halterofilismo, luta de braço, fisiculturismo, remo e atletismo, sendo campeão em sete deles.

PAQUITA JORGE

A sua companheira há mais de 50 anos, Maria Aparecida Colis Jorge, mais conhecida como Paquita Jorge, também fez carreira nos esportes de força, onde estão títulos mundiais de levantamento de peso e 15 vezes vencedora na luta de braço.

“Hugues me diz que superei todas as expectativas dele, pois não esperava que eu seria uma grande atleta. No começo, ele dizia que era esporte só para homens e não queria me deixar praticar, ficava bravo. Fui muito criticada e enfrentei um tabu enorme, mas me tornei a mãe do halterofilismo no Brasil, a primeira mulher a mexer com anilhas”, orgulha-se Paquita.

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