Juazeiro do Norte, CE , 18 (AFI) – A Justiça definiu o valor da indenização a ser paga ao Icasa em razão de prejuízos esportivos sofridos no passado. O montante estabelecido em alvará chega a R$ 84,3 milhões, quantia que contempla R$ 75 milhões destinados diretamente ao clube — valor apurado em perícia judicial — enquanto a parte restante será utilizada para o pagamento de honorários advocatícios. Além disso, ainda há uma pendência de R$ 3,4 milhões a ser quitada pela CBF.

Apesar da decisão favorável, o Verdão do Cariri ainda não pode utilizar os recursos. O valor encontra-se depositado em conta judicial, que prevê o abatimento automático de todas as dívidas do clube que tramitam na Justiça.

A diretoria aguarda, neste momento, um levantamento completo dos advogados para identificar o total das condenações judiciais e saber quanto, de fato, ficará disponível.

PROJEÇÃO

Mesmo sem a definição do valor líquido, o presidente Celso Pontes já projeta a destinação dos recursos que chegarem aos cofres do clube. Segundo ele, a prioridade será a modernização do Praxedão, centro de treinamento do Icasa, além de investimentos na equipe que disputará a Série B do Campeonato Cearense em 2026.

A indenização tem origem em um episódio ocorrido em 2013, quando o Icasa deixou de conquistar o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro. À época, um erro administrativo envolvendo a Confederação Brasileira de Futebol acabou interferindo diretamente na classificação final da Série B. O clube entrou com ação judicial em 2018, e o caso avançou até o Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde obteve decisão favorável.

ENTENDA O CASO

O processo se baseia na escalação irregular do jogador Luan Niezdzielski, então atleta do Figueirense, em uma partida contra o América-MG. Mesmo suspenso, o jogador atuou, colocando o clube catarinense em situação irregular na competição.

O Icasa recorreu inicialmente à Justiça Desportiva, pedindo a punição ao Figueirense com a perda de pontos. O Verdão terminou a Série B apenas um ponto atrás do adversário, que ficou com a quarta colocação — a última vaga de acesso à Série A de 2014. O caso, porém, acabou prescrevendo no âmbito esportivo, levando o clube cearense a buscar reparação na Justiça comum anos depois.