Justiça notifica Real Arenas e exige pagamento de R$ 128 mi ao Palmeiras em três dias úteis

A empresa contestou a dívida que a mandatária do clube diz ser incontroversa e que motivou o clube a mover uma ação na Justiça

Ficou estabelecido o prazo de três dias úteis para a empresa arcar com o valor e ressarcir os cofres alviverdes

Palmeiras deve receber divida milionaria
Foto: Cesar Greco / Palmeiras

São Paulo, SP, 17 – A Real Arenas, empresa criada pela construtora WTorre para gerir o Allianz Parque, foi notificada nesta sexta-feira pela Justiça para realizar o pagamento de dívida de R$ 128 milhões junto ao Palmeiras. Ficou estabelecido o prazo de três dias úteis para a empresa arcar com o valor e ressarcir os cofres alviverdes.

Em comunicado enviado ao Estadão, a Real Arenas confirmou o recebimento da notificação judicial, apontou estranheza pela forma como os valores estão sendo cobrados da empresa e disse que buscará tomar as medidas cabíveis.

“A Real Arenas analisou o conteúdo da ação e tomará as medidas cabíveis. Nos causa estranheza, porém, a cobrança de valores no judiciário que estão em discussão em arbitragem existente entre as partes, onde são contemplados créditos e débitos das duas partes”.

Na quinta-feira, a WTorre respondeu às acusações de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, a respeito da gestão do Allianz Parque. A empresa contestou a dívida que a mandatária do clube diz ser incontroversa e que motivou o clube a mover uma ação na Justiça, cobrando o pagamento de repasses que somam quase R$ 128 milhões desde 2015.

“Não devemos R$ 128 milhões para o Palmeiras, os créditos e débitos de ambas as partes estão em arbitragem em curso. Uma vez decidida, será paga”, afirma Sílvia Torre, cofundadora e presidente do conselho da WTorre S.A.

A Real Arenas deve cumprir com o pagamento da dívida até a próxima quarta-feira, dia 21. A informação foi publicada inicialmente pelo GE. Se não admitir o débito, a empresa tem 15 dias para contestar o valor e passa a correr o risco de sofrer com penhoras de bens e bloqueio de recursos.

ENTENDA O IMBRÓGLIO

Com o aval da presidente Leila Pereira e de uma junta de advogados especializados, o clube pede a apuração de possíveis crimes de apropriação indébita e associação criminosa, além do bloqueio de bens, valores e contas da Real Arenas e seus gestores, e a quebra do sigilo bancário da empresa desde novembro de 2014, ano do início da parceria e inauguração do estádio.

Segundo o Palmeiras, somente os valores de novembro e dezembro de 2014 e de janeiro a junho de 2015, exceto maio, foram pagos. A dívida é discutida na Justiça desde 2017, por meio de uma ação de execução de título extrajudicial. Como ainda não houve solução, a direção do clube fez a denúncia à polícia. O valor é considerado indiscutível pelo Palmeiras, como consta no inquérito. A Real Arenas, por sua vez, contesta os números da dívida e diz não ter conhecimento sobre a ação.

O contrato firmado entre as partes prevê que o Palmeiras receba mensalmente valores referentes a receitas geradas no Allianz Parque com aluguéis para shows, exploração de áreas como restaurantes e estacionamentos, locações de cadeiras, camarotes e naming rigths. Trata-se de um valor progressivo, aumentando ao longo dos anos. Como são 30 anos de parceria e o contrato começou a valer no ano de inauguração da arena, tem vigência até novembro de 2044.

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