Jogar de 'peito aberto' contra adversário mais preparado deu nisso, Fluminense

Como o Fluminense é equipe de uma nota só, a sua perigosa ousadia foi refletida em sofrer goleada por 4 a 0, com título para a agremiação inglesa.

Era indicativo que o Fluminense deveria adotar postura essencialmente defensiva, mesmo que sofresse enorme volume de jogo

Mundial de Clubes
Fluminense, de Diniz, não fez um bom jogo. (Foto: Divulgação - FFC)

BLOG DO ARI

Campinas, SP, 22 (AFI) – A diferenciação técnica do Manchester City, ao chegar à final do Mundial de Clubes, era indicativo que o Fluminense deveria adotar postura essencialmente defensiva ao confrontá-lo, mesmo que sofresse enorme volume de jogo nesta sexta-feira, na Arábia Saudita.

Como o Fluminense é equipe de uma nota só, e o seu treinador Fernando Diniz sequer o condicionou a outras situações – se não encarar qualquer adversário no mano a mano -, a perigosa ousadia foi refletida em sofrer goleada por 4 a 0, com título para a agremiação inglesa.

Em jogo de extrema competitividade, nada justificaria a escalação do lento meia Paulo Henrique Ganso, mas como sacá-lo se foi titular ao longo da temporada e incorpora o sagrado estilo de seu treinador, de posse de bola?

FUTEBOL MUDADO

Nós, saudosistas, que apreciávamos o futebol da ginga, drible, improviso e boa malandragem, já não mais deliciamos com a improvisação. Ela foi substituída pela eficiência de se ocupar os espaços do campo, quer defendendo, quer atacando.

O legítimo campeão mundial de clubes, o Manchester City, mostrou que para ser melhor do planeta é preciso contar com jogadores que metaforicamente citando têm vários olhos ao redor da cabeça, para que em frações de segundos possam distinguir o que fazer com a bola, sem ‘penteá-la’.

Mostrou que o vigor físico é preponderante para que a recomposição seja feita sem prejuízo, permitindo ousadia no ataque com até sete jogadores, de forma que sejam colocados de três a quatro na área adversária, para complemento de jogadas.

A visão apurada dos jogadores permite encontrar sempre um companheiro desmarcado, principalmente pelos lados do gramado.

Erros de passes? Raramente. E apenas em bola alongada. Chuveirinhos?

Pra eles, isso é coisa de Série B do Brasileiro. Até em cobranças de escanteios nem sempre a bola é alçada à área.

FLU: UMA NOTA SÓ

A cara desse Fluminense, do treinador Fernando Diniz, é de jogadores com toques curtos na bola, aproximação de companheiros para receber o passe, e lentamente se buscar espaço para evoluir de forma valorizada até as proximidades da área.

A demora para a evolução permite que o adversário possa se postar defensivamente, encurtando os espaços.

E mais: é enganosa e perigosa essa estratégia de não rifar a bola quando o adversário coloca em prática a marcação alta.

Sair jogando perigosamente dentro da própria área é prática questionada.

Há situações possíveis, sim. Todavia, tem que se calcular outras de maior risco, o que não ocorre com o Fluminense.

Por fim, Diniz disse que jogos deste tipo servem sempre como aprendizagem, mas o que o brasileiro precisa, na realidade, é resgate daquilo que fazia a diferença contra os europeus: individualidade. Jogador que decidia.

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