Já perdi emprego por causa do dérbi campineiro

Confira a coluna de Ariovaldo Izac sobre o clássico campineiro

Dérbi campineiro me traz lembrança até dolorida, e cabe recordar particularidade em que estive envolvido.

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O amigo engenheiro Raul Celestino Soares manda mensagem e pergunta: qual o palpite para o dérbi deste sábado?

E foi além: ‘Não vale ficar no muro’.

Raul, como não ficar no muro se o dérbi campineiro tem as suas particularidades de jogo picotado, de pura emoção?

De repente, uma falta mais dura resulta em cartão vermelho, e não amarelo.

Ou você esqueceu aquela pancada que o então lateral-direito Édson Abobrão deu no meia Neto, com 40 segundos de bola rolando, e o ex-árbitro Almir Ricci Peixoto Laguna mostrou-lhe cartão vermelho, em 1983, no Estádio Brinco de Ouro?

E quando se presumia que onze contra dez favorecesse o time com onze, ocorreu exatamente o inverso.

Dérbi tem essas coisas e faço questão de ser ‘mureta’, embora reconheça o melhor momento do Guarani.

PROIBIÇÃO

Dérbi campineiro me traz lembrança até dolorida, e cabe recordar particularidade em que estive envolvido.

Nos tempos em que redações de jornais tinham riqueza de pautas sobre estes confrontos, tive a infeliz ideia de promover o dérbi dos cartolas em 1980, no Estádio Brinco de Ouro, para disputa de pênaltis.

A promoção foi do extinto jornal Diário do Povo, em que eu era setorista de clube, e os protagonistas do evento foram o saudoso vice-presidente da Ponte Preta, Armando Mendonça, e o vice do Guarani, José Vitorino dos Santos, o Zezo.

A galera dos dois clubes aplaudiu cartolas devidamente uniformizados, mas se frustrou pela marmelada combinada, que terminou em empate.

GESTORES ADVERSÁRIOS

À época, como partícipe da inauguração da Rádio Central de Campinas, fui alertado pelo então diretor de esportes da emissora, Alfredo Orlando, para não divulgar o fato, por ordem de um dos proprietários do veículo, o empresário Lauro de Moraes Filho, que havia deixado a presidência da Ponte Preta para o saudoso Édson Ággio.

Foi pura mesquinharia de Lauro Moraes, adversário de gestores pontepretanos à época, e optei por colocar a informação à frente da proibição.

Logo, se o fato era testemunhado por cerca de 20 mil torcedores no Estádio Brinco de Ouro, abri o microfone para anunciar o início das cobranças e consequentemente registrei o término.

Pronto.

Sabem o que aconteceu no dia seguinte, ao chegar na emissora?

Comunicado de demissão por justa causa, com justificativa de insubordinação.

Quis o destino que anos depois, como setorista da Ponte Preta, Moraes retornasse à presidência e tivemos relacionamento normal.

São incontáveis as histórias de dérbi, e de certo você também a sua.