Itu, SP, 3 (AFI) – O Ituano não conseguiu avançar para a segunda fase da Série C após a derrota por 2 a 1 para o Náutico, encerrando precocemente a temporada. O clube vive uma sequência ruim desde a tentativa frustrada de acesso à elite em 2022, acumulando rebaixamentos e insucessos. Em entrevista, os gestores admitiram erros na reformulação do elenco e esclareceram pontos sobre a SAF e o futuro do estádio Novelli Júnior.

Juninho Paulista reconheceu que a reformulação após a “batalha de Itu” não surtiu o efeito esperado. Ele destacou que o Ituano foi competitivo, mas perdeu pontos decisivos na caminhada. “Fomos competitivos e tivemos dois jogos-chave. Um contra o Botafogo-PB, um jogo atípico, com jogador expulso com 10 minutos de jogo, um gol sofrido, mais um jogador expulso, pênalti perdido. São coisas atípicas, eram três pontos. No começo do campeonato fazemos um planejamento de pontos e o jogo contra o Botafogo-PB e contra o Confiança em casa eram seis pontos. Acho que falhamos aí e é por isso que não estamos no quadrangular final”, comentou.

ITUANO E SÉRIE C: QUEDA E REFORMULAÇÃO

O dirigente afirmou que alguns reforços vindos de clubes do interior não corresponderam. “Agora na Série C nós trouxemos cinco jogadores, três do Capivariano e dois do Primavera, que foram os dois times que subiram para a Série A1. Alguns performaram satisfatoriamente e outros não. Isso vai acontecer. O que temos de fazer agora é cada vez mais estar atentos às oportunidades de mercado, mas temos uma filosofia que é não sair da nossa responsabilidade”, afirmou.

Sobre jogadores de nome, Juninho foi direto: “Tentamos, esses dois últimos nomes (Jean Pyerre e Geuvânio) que são renomados no futebol brasileiro e não deu certo. Teve o Thonny (Anderson) também. O Ituano, pelo menos na nossa gestão, não tem essa característica de trazer jogadores renomados. Primeiro pelo valor. Esses jogadores jogando bem, você não consegue trazer. Eles vão estar em times grandes ganhando salários muito maiores. Quando surgem as oportunidades, ficamos atentos e tentamos fazer. Esses dois atletas infelizmente não deram certo”.

SAF E NOVELLI JÚNIOR: ADMINISTRAÇÃO E FUTURO

Paulo Silvestri ressaltou que a SAF do Ituano foi aprovada com calma e transparência. “Se tem uma palavra que não se permite ser utilizada na SAF do Ituano é pressa. Começamos a discussão sobre a implementação de clube-empresa muito antes do advento da SAF. Em 2017 foi a primeira reunião em que discutimos quais caminhos a profissionalização da gestão do caminho deveria seguir. Veio a legislação da SAF em 2021, retomamos o assunto e voltamos a discutir sempre na velocidade demandada pelo grupo de sócios do Ituano e de membros do conselho. Não houve pressa nenhuma. Essa proposta que acabou sendo aprovada agora foi apresentada há mais de um ano. Tivemos a aprovação do conselho em abril de 2024 e desde essa época ela tem circulado nas mãos de todos aqueles que acabaram tomando a decisão”.

João Paulo Ruiz esclareceu que o Ituano recebeu apenas uma proposta para a SAF e que todo o processo foi feito de forma aberta e transparente. “Essa foi uma pauta de muitas discussões. A primeira proposta com relação à SAF foi formulada e apresentada pelo Paulo em 2022. Como o tema estava muito fresco no Brasil, e o Ituano é muito divulgado e atrelado à imagem do Juninho, a SAF e o Ituano estavam no assunto do esporte há muito tempo. Em nenhum momento chegou para nós uma proposta de alguém interessado, o que caberia muito bem alguém protocolar na sede do clube e pedir a oportunidade de fazer uma apresentação. Isso não aconteceu. Muita gente escreveu na internet e comentou na rua que a proposta foi fechada, não foi aberta. O Ituano não é um órgão público que carece de licitação para se fechar um negócio. Quem fala isso é totalmente desconhecedor. Por isso foi a única proposta que recebemos. A votação foi bem apertada, mas muito transparente”.

Sobre o estádio Novelli Júnior, Silvestri lembrou que ele pertence à prefeitura e não está envolvido na SAF. “O estádio é municipal, como todo mundo sabe, não pertence ao Ituano Futebol Clube. O clube usa o estádio através de um decreto da prefeitura de muitos anos atrás e o negociamos em 2013. Não existe concessão, propriedade nem nada. O estádio é da prefeitura e colocado à disposição do Ituano que se responsabiliza por manutenção, custos e tratamento do gramado. Mas existe uma parceria muito forte com todas as gestões de prefeitura do último ano. A criação da SAF não envolve de modo nenhum o estádio. Passada a organização, assim que a SAF estiver estruturada, vamos abrir conversas com a prefeitura para procurar um caminho de interesse, em primeiro lugar, da cidade, mas também do Ituano. Existe um interesse comum, a prefeitura já sinalizou que está aberta a conversar, nós também queremos poder fazer alguma coisa que beneficie a cidade além da utilização do estádio. Mas ainda é muito cedo para falar de formatos do futuro”.