Jogo entre Independente e Tanabi é paralisado após denúncia de racismo
Em comunicados oficiais, Tanabi, Independente e a Federação Paulista de Futebol (FPF) se manifestaram sobre o caso
O árbitro afirma que, diante da gravidade da denúncia, questionou o jogador se ele tinha certeza do ocorrido e se gostaria que o protocolo antirracismo fosse acionado
Limeira, SP , 13 (AFI) – No último domingo (11), durante a primeira semifinal da Bezinha (Campeonato Paulista da Segunda Divisão Sub-23), realizada no estádio Agostinho Prada, em Limeira, a partida entre Independente e Tanabi foi paralisada por alguns minutos no final do segundo tempo, após a denúncia de um suposto caso de racismo por parte de torcedores do time mandante (Independente) contra um atleta do Tanabi. O caso foi registrado em súmula pelo árbitro Juliano José Alves.
De acordo com o árbitro, aos 88 minutos de jogo (43 do segundo tempo), antes da cobrança de um arremesso lateral a favor do Tanabi, o jogador Diego Vieira Santos da Fonseca chamou sua atenção, apontando para a arquibancada em direção aos torcedores do Independente, e relatou ter sido alvo de injúrias raciais. Conforme descrito na súmula:
“Apontou o dedo em direção aos torcedores da equipe adversária, Independente Futebol Clube, e disse as seguintes palavras: ‘Professor, me chamaram de seu macaco, gorila, seu preto do c…’”.
QUESTIONOU O JOGADOR
O árbitro afirma que, diante da gravidade da denúncia, questionou o jogador se ele tinha certeza do ocorrido e se gostaria que o protocolo antirracismo fosse acionado. O atleta confirmou que sim.
Na súmula, a equipe de arbitragem ressalta que não presenciou nem ouviu o suposto ato de racismo, tampouco foi possível identificar o(s) autor(es) das ofensas:
“Ressalvo ainda que a equipe de arbitragem não ouviu e não presenciou o ato de racismo informado por este jogador, e não foi possível identificar o autor das ofensas racistas proferidas”.
PROTOCOLO ACIONADO
Ainda assim, o protocolo antirracismo foi imediatamente acionado. O árbitro, junto com o diretor do jogo, Gabriel Rodrigues Dias Taamy, chamou o jogador até a beira do campo, onde ele reafirmou a denúncia. Segundo o árbitro:
“Imediatamente, a arbitragem, juntamente com o diretor de jogo, ofereceu acolhimento ao atleta e perguntamos se ele gostaria de ir para um lugar mais seguro”.
Ainda segundo o relato em súmula, um dirigente do Independente, que estava na tribuna, teria gritado em direção ao atleta ofendido:
“Vai jogar bola, seu mentiroso”.
PARALISAÇÃO
O árbitro então perguntou ao jogador se ele desejava continuar na partida, e, após a confirmação, o jogo foi retomado. A paralisação durou cerca de dois minutos. Após o fim da partida, foi informado à arbitragem que o jogador e o Tanabi optaram por não registrar boletim de ocorrência.
Notas oficiais dos clubes e da Federação
Em comunicados oficiais, Tanabi, Independente e a Federação Paulista de Futebol (FPF) se manifestaram sobre o caso, que será analisado pelo setor responsável da FPF.
A entidade máxima do futebol paulista informou que o atleta do Tanabi, supostamente vítima de injúria racial por parte de torcedores do Independente de Limeira, acionou o Protocolo previsto no Tratado pela Diversidade e Contra a Intolerância no Futebol Paulista e foi acolhido pela equipe da FPF presente na partida.
A FPF também manifestou sua indignação com o ocorrido:
“Reforçamos que o futebol paulista não tolera e não tolerará quaisquer atos racistas. Pessoas que frequentam estádios com essa mentalidade não são bem-vindas. Devem, pelo contrário, manter-se afastadas dos estádios e ser punidas com o maior rigor previsto em lei”.






































































































































