Hélio dos Anjos diz que Ponte é "o trabalho mais difícil da carreira"

O treinador falou sobre os problemas encontrados extra-campo

Criticado pela torcida, Hélio dos Anjos classificou o trabalho na Ponte Preta como o "mais difícil da carreira"

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Hélio dos Anjos (Foto: Diego Almeida/Ponte Press)

Campinas, SP, 04 (AFI) – A situação da Ponte Preta no Campeonato Brasileiro da Série B é bastante delicada, mas fora de campo parece ser ainda pior. Não é à toa que o técnico Hélio dos Anjos classificou como “o trabalho mais difícil” da sua longa carreira.

“Vou falar com toda a sinceridade. Cheguei à conclusão essa semana. É o trabalho mais difícil que peguei na minha carreira. Peço desculpas às pessoas que estão envolvidas aqui. Eu estou vendo um processo de estabilização, não tenho que externar aqui, mas, nesses cinco meses, estou convivendo com um dirigente super atuante na Ponte e tenho visto os absurdos em relação à Ponte”, desabafou.

Um desses absurdos citados por Hélio dos Anjos é a ação de empresários dentro do Moisés Lucarelli. Sem citar nomes, o treinador deu um exemplo do que aconteceu na última semana.

“Virou moda para colocar um jogador na Ponte ter que trazer três. Essa semana eu indiquei um jogador da primeira divisão e bloqueei o empresário dele, posso mostrar publicamente se for o caso. Ele me ofereceu A, B e C, mas eu queria outro jogador. O resto é com a diretoria. Essa é uma coisa que o presidente está brigando muito. Falei isso para o presidente. Nunca vi isso na minha vida: a moda do empresário no futebol paulista é uma coisa absurda”, disse.

PRESSIONADO

Contratado para substituir Gilson Kleina na reta final do Paulistão, Hélio dos Anjos não conseguiu evitar o rebaixamento e agora realiza um trabalho ruim na Série B do Brasileiro, na 18ª colocação, com 15 pontos. São apenas três vitórias em 20 jogos. A torcida vem pedindo a sua saída, mas o trabalho ainda é bancado pela diretoria.

“Eu vou ser sincero. A torcida da Ponte está me respeitando muito. Não estou vendo essa cobrança, essa coisa de louco. Normalmente, o que acontece é ser chamado de burro. Eu me sinto ofendido, pelo nível de trabalho, nível de vida que tenho, mas faz parte do futebol brasileiro. A cobrança tem que ser em cima de mim. Tenho 20 jogos. Acha que estou feliz com o meu aproveitamento, com apenas três vitórias? Se eu quiser sair, eu tinha saído. É a única coisa que falo publicamente. Tive proposta. Mas não saí, porque tenho um objetivo. A necessidade de a Ponte se manter na Série B é muito grande. É o respaldo que a Ponte vai ter para o ano que vem para se recuperar”, finalizou.

Com Hélio dos Anjos cada vez mais pressionado, a Ponte Preta volta a campo na próxima quinta-feira, quando faz um confronto direto com o CSA, no Rei Pelé, pela 17ª rodada. Os dois times estão na zona de rebaixamento da Série B.

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