Guarani precisa buscar variações para não ser previsível

Nem sempre o time de maior posse de bola é que comanda o placar dentro de campo. É preciso ponderar as estatistícas

Guarani precisa buscar variações para não ser previsível

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Depois que chamaram matemáticos para incorporar a tal estatística no futebol, há quem pense que o time de maior posse de bola está mais próximo da vitória.

Há controvérsia. É preciso avaliar a conjuntura dessa posse de bola. Por vezes ocorre na zona morta do campo, ou de bolas recuadas e trocas de passes horizontais entre zagueiros.

É preciso avaliar se o time com a bola demonstra inequívoco envolvimento do adversário. E se isso resulta em chances reais de gol.

Não se contesta que o Guarani teve domínio territorial no primeiro tempo do jogo deste sábado em Campinas, contra o Novorizontino, que terminou empatado por 1 a 1.

E daí? Quais as chances reais criadas no período?

Bola alçada da esquerda por Lucas Crispim, que subiu bastante, demorou pra cair, encontrou o volante Igor Henrique, que aproveitou a indecisão do lateral-esquerdo Paulinho, do Novorizontino, para testar e marcar aos oito minutos.

Depois, em finalização do atacante Júnior Todinho, o goleiro Oliveira quase aceitou. E mais nenhuma jogada aguda naquele período.

Prevaleceram, sim, bolas alçadas à área do Novorizontino, cujos jogadores devolviam de qualquer maneira.

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ADVERSÁRIO DEFENDE

De fato o Novorizontino optou inicialmente por jogar atrás da linha da bola.

E como pensar em contra-ataque sem um meio-campistas de organização e laterais ‘presos’?

Isso justifica a atuação apagada do Novorizontino no primeiro tempo.

Enquanto isso, durante o primeiro tempo o Guarani se preocupou em valorizar a bola, e teve como estratégia trabalhá-la até encontrar o momento de complemento.

Entretanto, sem colocar velocidade nas jogadas, na prática proporcionava ao adversário chance de recomposição.

Naquela circunstância é preciso variação. Jogadores por dentro com capacidade de drible para infiltração na defensiva adversária. E o meia-atacante Giovanny, recuperando o ritmo de jogo, pode ser a alternativa cobrada.

Todavia, numa das raras vezes que o Novorizontino rondou a área bugrina, em cobrança de escanteio, empatou aos 35 minutos.

Na disputa pelo alto entre zagueiros, Everton Sena ganhou de Romércio, Jefferson Paulino praticou defesa difícil após a cabeçada, e Bruno Aguiar aproveitou o rebote para empatar.

NOVORIZONTINO MELHOROU

Antes de elogios ao treinador Roberto Fonseca do Novorizontino, por ter adiantado a marcação de sua equipe após o intervalo, tem-se que citar que cometeu equívoco na escalação.

Se a opção inicial era usar o contra-ataque, por que escalou o centroavante Jenilson, que depende de jogadas trabalhadas e se movimenta pouco para buscar a bola ou usar os lados do campo?

A entrada de Guilherme Queiroz, da mesma posição, a partir da metade do segundo tempo, resultou em dinâmica ofensiva ao Novorizontino.

Rendimento do time melhorou quando foi sacado o ineficiente Felipe Marques para entrada do atacante Capixaba, que foi jogar no lado direito, invertendo de posição com Cléo Silva.

Isso obrigou o lateral-esquerdo Bidu a ficar mais vigilante na marcação de Capixaba, enquanto Cléo já ganhava jogadas do lateral Cristóvão, que havia substituído Pablo.

JEFFERSON PAULINO

Como o Guarani já deixava ‘clarões’ no meio de campo, o Novorizontino soube aproveitá-lo para iniciar contra-ataques e obrigar o goleiro bugrino Jefferson Paulino a praticar, em sequência, três defesas em finalizações de Cléo Silva, Danielzinho e Guilherme Queiroz.

Antes disso, em jogada do atacante bugrino Bruno Sávio, Crispim teve chance de marcar, mas parou as mãos de Oliveira.