Guarani corre risco de falência caso não comprove situação fiscal até 8 de setembro

A exigência surgiu após manifestação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, que calcula em R$ 215,2 milhões o passivo tributário bugrino

A determinação é do juiz Felipe Guinsani, da 7ª Vara Cível de Campinas, e coloca em xeque a recuperação judicial iniciada em 2023

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Campinas, SP, 29 (AFI) – O Guarani vive dias de tensão fora de campo. A Justiça determinou que o clube de Campinas apresente até o dia 8 de setembro a regularização de sua situação fiscal junto à União e ao município. A exigência surgiu após manifestação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, que calcula em R$ 215,2 milhões o passivo tributário bugrino.

A determinação é do juiz Felipe Guinsani, da 7ª Vara Cível de Campinas, e coloca em xeque a recuperação judicial iniciada em 2023. Caso não haja comprovação da regularidade fiscal, o processo pode ser convertido em falência — medida que levaria à liquidação de bens para pagamento de credores, com impactos diretos na continuidade das atividades esportivas.

Boa parte da dívida, segundo a Fazenda Nacional, tem origem em tributos retidos em 2016 e não repassados ao governo, o que pode configurar apropriação indébita tributária. O episódio, que não teve recurso dentro do prazo legal, representa um dos pontos mais delicados do passivo.

Apesar da pressão judicial, a diretoria mantém confiança na recuperação. O clube sustenta que a gestão do processo tem sido exemplar no ambiente esportivo, apontando pagamentos mensais de compromissos trabalhistas, média de R$ 350 mil, além da quitação de quase todos os honorários do administrador judicial e do escritório que acompanha o caso. Restam apenas duas parcelas, com encerramento previsto para outubro.

No campo tributário, o Guarani tenta desde 2024 negociar adesão a uma transação que prevê descontos significativos sobre a dívida federal, o que poderia reduzir o montante para cerca de R$ 70 milhões, com prazo de pagamento de 12 anos. Em nível estadual, já há acordo firmado, com abatimento médio de 60% e prestações em dia desde abril do ano passado.

Mesmo diante do risco de falência, a confiança da diretoria é de que a decisão será revertida em instâncias superiores. A expectativa é ingressar com recurso ainda nesta semana. Caso o pedido não seja aceito, o processo seguirá para julgamento em tribunal.

SÉRIE C

Enquanto as questões judiciais avançam nos bastidores, o Bugre volta as atenções ao campo. Neste sábado, a equipe enfrenta o Tombense, fora de casa, pela última rodada da primeira fase da Série C. Com 26 pontos e ocupando a sexta colocação, o time campineiro está próximo de confirmar vaga no quadrangular decisivo.

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