Grant Wahl tinha aneurisma e morreu após rompimento de artéria, indica autópsia

A informação foi divulgada pela família do repórter. Ele tinha 49 anos.

Grant Wahl

São Paulo, SP, 14 – A causa da morte do célebre jornalista americano Grant Wahl foi revelada nesta quarta-feira. A autópsia indicou que o profissional, que passou mal e morreu enquanto cobria a partida entre Holanda e Argentina na Copa do Mundo do Catar, sofreu uma ruptura em uma artéria do coração. A informação foi divulgada pela família do repórter. Ele tinha 49 anos.

Segundo o jornal The New York Times, a autópsia de Wahl foi realizada em Nova York, nos EUA, um dia depois de o corpo do jornalista ser repatriado. Exames apontam que ele sofreu um aneurisma, um enfraquecimento do vaso sanguíneo que muitas vezes passa despercebido, seguido de uma “ruptura catastrófica na aorta torácica ascendente”, que transporta sangue oxigenado do coração.

À medida que o aneurisma cresce, pode produzir tosse, falta de ar ou dores no peito, algumas das quais os médicos consultados por Wahl no Catar podem ter atribuído ao resfriado e a um possível caso de bronquite. Em casos raros, o aneurisma pode romper e levar à morte. Os médicos agora estão investigando se Wahl tinha síndrome de Marfan, um fator de risco para esse tipo de aneurisma. Ele era alto e magro e tinha braços longos, todos os quais podem ser sinais da síndrome genética.

O resultado da autópsia encerra de vez as especulações sobre a verdadeira causa da morte do jornalista. Após a notícia do falecimento de Wahl, teorias surgiram na internet de que ele teria morrido por causa de uma retaliação do governo do Catar por um artigo sobre mortes de imigrantes. Hipóteses infundadas de que ele morreu por causa da vacina da covid-19 também foram especuladas nas redes sociais.

Grant Wahl
Grant Wahl teve um aneurisma

No começo do Mundial, o jornalista relatou em suas redes sociais que fora detido no Ahmed bin Ali Stadium, antes da partida entre Estados Unidos e País de Gales, pela primeira rodada da Copa, por estar vestindo uma camiseta com a estampa de arco-íris. O Catar tem adotado uma política de repressão às manifestações em favor do movimento LGBT+, cuja bandeira leva as cores do arco-íris.

Posteriormente, o jornalista voltou às redes sociais para atualizar o caso e revelou que conseguiu entrar no estádio, após ter ficado detido por quase meia hora. “Estou bem, mas foi uma provocação desnecessária. Estou na área destinada à imprensa, ainda vestindo minha camiseta. Fiquei detido por quase meia hora. Vamos, gays”, escreveu.

TESTEMUNHAS

Testemunhas que estavam próximas a Wahl na tribuna de imprensa do Lusail Stadium relataram que ele caiu para trás com a sua cadeira, enquanto o jogo entre Holanda e Argentina estava na prorrogação. Outros repórteres descrevem que trabalhadores dos serviços de emergência o socorreram de forma rápida, mas que, momentos depois, os profissionais de imprensa receberam a notícia de que o americano havia morrido. Não há informações precisas se o profissional morreu no hospital para onde foi levado ou no trajeto até a unidade de saúde onde foi atendido.

Poucos dias antes de morrer, Wahl escreveu nas redes que precisou visitar um hospital porque não estava se sentindo bem. “O que tinha sido um resfriado nos últimos dez dias se transformou em algo mais severo na noite do jogo Estados Unidos x Holanda (pelas oitavas de final), e eu podia sentir minha parte superior do peito assumir um novo nível de pressão e desconforto”, escreveu o jornalista.

“Eu não tinha covid (faço exames regularmente aqui), mas fui hoje à clínica médica do principal centro de mídia e disseram que provavelmente tenho bronquite. Eles me deram antibióticos e um xarope para tosse forte, e já estou me sentindo um pouco melhor algumas horas depois”, completou.

QUEM FOI GRANT WAHL?
Formado em 1996 em Princeton, Wahl trabalhou para a Sports Illustrated de 1996 a 2021, e era reconhecido principalmente por sua cobertura nas modalidades de futebol, basquete universitário e futebol feminino. Participando do seu oitavo Mundial, Wahl foi um dos 82 jornalistas homenageados pela Fifa por ter participado de oito Copas do Mundo.

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