Gestão Financeira no Esporte: O segredo para manter a riqueza após pendurar as chuteiras

A carreira esportiva, especialmente no futebol, é marcada por altos salários e intensa exposição midiática.

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Paul Gascoigne, ex-jogador da seleção inglesa perdeu toda sua fortuna devido a problemas com vícios e má gestão. (Foto: Getty Images)

No futebol atual, a importância da gestão patrimonial se torna ainda mais evidente. A carreira esportiva, é marcada por grandes salários e intensa exposição o midiática. No entanto, sem um planejamento financeiro e sucessório adequado, muitos atletas enfrentam dificuldades financeiras após a aposentadoria.

Exemplos de jogadores que perderam tudo, como Paul Gascoigne, Muller, Zé Elias, Amaral e Freddy Rincón, mostram que o sucesso esportivo nem sempre garante estabilidade financeira ao longo da vida.

Para Gustavo Biglia, sócio do Ambiel Advogados e especialista em Direito Societário e Planejamento Sucessório no Esporte, a gestão estratégica do patrimônio deve começar ainda no auge da carreira.

Os atletas frequentemente recebem grandes quantias em um curto período, mas sem a orientação correta sobre como preservar e administrar esse patrimônio a longo prazo. Sem um planejamento sucessório eficiente, o risco de falência ou disputas familiares aumenta consideravelmente, explica Biglia.

RISCOS FINANCEIROS E TRIBUTAÇÃO

Além da falta de educação financeira, a incerteza tributária é um fator crítico.

Não sabemos quando a carga tributária aumentará mas sabemos que ela aumentará Planejar-se desde cedo permite que o atleta utilize mecanismos legais para minimizar impactos futuros, protegendo seu patrimônio e garantindo um futuro financeiro estável, acrescenta o especialista.

Casos como o de Ronaldinho Gaúcho, que teve bens bloqueados pela Justiça, e Paul Gascoigne, ex-jogador da seleção inglesa que perdeu toda sua fortuna devido a problemas com vícios e má gestão, reforçam a necessidade de uma administração patrimonial estratégica.

Muitos atletas confiam cegamente em terceiros para gerir suas finanças, sem compreender totalmente os riscos envolvidos. Um planejamento sucessório bem estruturado pode incluir a criação de holdings familiares, testamentos e mecanismos que garantam a proteção dos bens contra desperdícios e má administração, destaca Biglia.

AUXÍLIO IMPORTANTE

Para evitar problemas financeiros no futuro, Biglia recomenda que os atletas contem com uma equipe multidisciplinar, formada por advogados especializados, consultores financeiros e contadores.

O ideal é que o atleta tenha profissionais de confiança que o ajudem a tomar decisões embasadas sobre seus investimentos e bens, evitando surpresas desagradáveis no futuro, afirma.

Com a crescente profissionalização do esporte, o planejamento sucessório se torna um diferencial para aqueles que desejam manter um padrão de vida confortável após o encerramento da carreira.

Evitar que o sucesso dentro de campo se transforme em dificuldades fora dele exige preparo e visão estratégica. A melhor jogada que um atleta pode fazer pelo seu futuro é cuidar de seu patrimônio enquanto ainda está em atividade, concluiu Biglia.

Fonte

Gustavo Biglia – sócio do Ambiel Advogados. Especialista em Planejamento Sucessório no Esporte. Pós-graduado em Direito Societário pela Fundação Getulio Vargas (FGV/SP).