Federação Paulista reúne filiados para discutir eleição na CBF

Reinaldo Carneio Bastos irá reunir os times paulistas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro para debater a conturbada eleição da CBF.

O encontro irá acontecer nesta segunda-feira, na sede da FPF.

Reinaldo Carneiro Bastos pretende concorrer a eleição da CBF
Reinaldo Carneiro Bastos pretende concorrer a eleição da CBF (Foto: Divulgação-FPF)

São Paulo, SP, 17 (AFI) – O presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneio Bastos, irá reunir os times paulistas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro para debater a eleição da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O encontro irá acontecer nesta segunda-feira, às 11 horas, na sede da FPF, em São Paulo.

Estarão presentes na reunião, representantes dos quatro clubes da Série A – Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Red Bull Bragantino – e sete clubes da Série B – Mirassol, Ituano, Novorizontino, Guarani, Ponte Preta, Botafogo e Santos.
A Federação Paulista detém o maior colégio eleitoral na CBF. Por isso mesmo, o nome de Reinaldo Carneiro Bastos tem em mãos um belo cacife, em princípio, para apoiar Ednaldo Rodrigues, que está visivelmente desgastado por sua gestão de menos de dois anos.
Reinaldo Carneiro, com larga experiência no futebol, é cotado por muitos companheiros para concorrer a eleição de janeiro. Atual vice-presidente da CBF, o dirigente paulista já declarou apoio a uma possível candidatura de Ednaldo Rodrigues. Por isso, ele costura um apoio ‘entre os seus clubes’.

Segundo estatuto aprovado em 2017, cada Entidade filiada à CBF tem peso três, clubes da Série A peso dois e da Série B peso um. Com isso, caso consiga apoio de todos, a FPF teria 18 pontos garantidos na eleição.

ENTENDA O CASO

Ednaldo Rodrigues foi destituído do cargo na quinta-feira, dia 7, em consequência da anulação de uma série de assembleias da entidade, entre elas a que elegeu o dirigente baiano. Todos elas estariam em desconformidade com a lei. A Justiça também estabeleceu que o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz, atue como interventor na entidade até a convocação de novas eleições. A defesa de Ednaldo pediu ao STJ que, caso o recurso não fosse aceito, ele permaneceria na função para convocar um novo pleito no prazo de 30 dias. O recurso, porém, foi negado.

O julgamento que acabou tirando Ednaldo do poder do futebol tratou da legalidade de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a CBF e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) em março de 2022. Na época, o TAC permitiu que a Assembleia Geral da entidade elegesse Ednaldo presidente. Na quinta-feira, porém, os desembargadores Gabriel Zéfiro, Mauro Martins e Mafalda Lucchese consideraram inicialmente que o MP não poderia ter ajuizado Ação Civil Pública (ACP) contra as eleições realizadas pela entidade em 2017, quando foi eleito Rogério Caboclo.
EX-PRESIDENTES

A revisão ocorreu a pedido de dois ex-presidentes da CBF, Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero. Assim, o TAC também foi considerado nulo. Outros dirigentes de federações também acionaram a Justiça.

A CBF e o MP-RJ firmaram o TAC porque o órgão da Justiça considerava ilegais as regras que regiam a eleição na confederação, ou seja, a que levou Ednaldo Rodrigues ao cargo de presidente. Isso porque uma mudança no estatuto da entidade, em 2017, estabeleceu pesos diferentes para os votos praticados por federações e clubes – a brecha permitia clubes e federações de votarem em conjunto para eleger o presidente. Foi sob essa regra que Rogério Caboclo elegeu-se presidente da CBF em 2017, indicado pelo então dirigente afastado Marco Polo del Nero. Mas Caboclo foi destituído, em meio a denúncias de assédio.

Ednaldo Rodrigues, então vice-presidente da CBF, assumiu o comando de forma interina após o afastamento de Caboclo. Opositores tentaram barrar a eleição de março de 2022 alegando que o TAC fora assinado por ele, como presidente interino, e serviu para referendar uma eleição que o tornaria presidente de fato.

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