Fluminense mira corte de dívida para avançar com o projeto SAF

Clube aposta em resolver problemas internos para intensificar as tratativas e aderir ao novo modelo de gestão

Fluminense deve usar receitas extras para reduzir dívida de olho na negociação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF)

Mario Bittencourt
Mário Bittencourt, presidente do Fluminense (Foto: Lucas Merçon-FFC)

Rio de Janeiro, RJ, 15 (AFI) – O Fluminense traçou como meta em 2025 usar receitas extras para diminuir a dívida, que fechou 2024 em R$ 871 milhões. O clube aposta que o sucesso nessa missão será decisivo na negociação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) com investidores, que já apresentaram proposta oficial.

O fundo LZ Sports pretende comprar 65% das ações da futura empresa tricolor, prometendo um aporte de R$ 500 milhões e assumindo o débito total do clube. Quanto menor o passivo, maior será o pedaço do clube associativo na SAF. O cálculo leva em conta o desconto da dívida, o que pode mudar bastante o cenário na hora de bater o martelo.

IMPACTO DA DÍVIDA

Com o valor atual, para chegar a 90% do controle – limite da Lei da SAF – os empresários teriam de investir R$ 989 milhões, sendo R$ 500 milhões do aporte inicial mais R$ 489 milhões extras. Se o Fluminense conseguir baixar o débito para R$ 750 milhões, por exemplo, esse número subiria para R$ 1,116 bilhão para os investidores garantirem 90% das ações.

A diretoria avalia que é possível abater uma fatia relevante do passivo até o fim de 2025, aumentando assim o peso do associativo no novo modelo de gestão.

MAIS DETALHES

O dinheiro para tirar a dívida do sufoco sai das receitas extraordinárias do ano, impulsionadas pelo desempenho de gala em campo. O Flu foi semifinalista da Copa do Mundo de Clubes, faturando uma premiação de R$ 330 milhões, valor que entra no caixa em outubro.

Além disso, o time das Laranjeiras está na semifinal da Copa do Brasil, podendo abocanhar mais um prêmio gordo caso conquiste o título. A conta ainda soma a venda de três jogadores por montantes acima de 10 milhões de euros: Kauã Elias, Arias e Isaque.