Flávio Prado declara amor à Ponte e fala de armação em 77

Flavio 02 250Campinas, SP, 12 (AFI) – Presença ilustre da festa oficial dos 108 anos da Ponte Preta, o jornalista Flávio Prado, da Rádio Jovem Pan e da TV Gazeta, roubou a cena durante seu discurso. Ele declarou todo seu amor à Macaca e não deixou de falar sobre a polêmica final Paulista de 1977, quando a Ponte, mesmo com um time melhor, perdeu para o Corinthians.

Ao contar como virou pontepretano, Flávio Prado, que admitiu ser torcedor do São Paulo quando menor, lembrou das vezes em que a arbitragem teria prejudicado o time campineiro nas decisões. Natural de São Paulo, ele simpatizou assim que se mudou para Campinas, no início da década de 60.

“Eu comecei a gostar da Ponte quando vim para Campinas. Meu pai veio a trabalho e me disse que existia um time de futebol muito legal na cidade que jogava de sábado, na segunda divisão. Quando pensei em segunda divisão, não me empolguei muito, mas comecei a vir nos jogos e foi pegando gosto pela coisa”, afirmou.

O ápice de sua relação com a Ponte Preta foi no dia 13 de outubro de 1977, a fatídica noite em que Basílio marcou o gol que tirou o Corinthians de 22 anos de fila sem título, e da Ponte o sonho de ser campeã.

“Eu não aceitava justiça e o que fizeram aquele ano foi uma das maiores sacanagens da história do futebol. No dia do jogo, para se ter uma noção, a Globo anunciou: ‘O Corinthians vai ser campeão hoje. A Globo garante’. E foi o que aconteceu. Momentos antes do jogo, o chefe do policiamento falou para os jogadores da Ponte Preta não ganharem, pois, se isso acontecesse, não poderia garantir a segurança de ninguém”, comentou, para depois, enfim, declarar seu amor pelo time campineiro.

“Se eu já gostava da Ponte, comecei a ser defensor ferrenho depois dessa sacanagem, pura armação política da Arena (partido político da época), que precisava dar uma alegria ao povo. Nas outras vezes, a Ponte perdeu porque tinha que perder, mas em 77 foi brincadeira”, disse.

Ao final, o jornalista fez uma justa homenagem a Renato Silva, autor da letra do hino da Ponte Preta, e puxou um hino inflamado de amor e orgulho.

“Vamos todos cantar o hino da Ponte. Essa música maravilhosa criada pelo irmão Renato Silva. Que Deus o tenha. Vamos fazer como fizemos em seu enterro, que um dia ele vai estar nos esperando lá no céu com a bandeira da Macaca”, disse.

Antes de passar o microfone, Flávio Prado exaltou a grandeza da Macaca, o clube de futebol mais antigo do Brasil em atividade ininterrupta. “Só acha que a Ponte é pequena quem não a conhece por dentro. Estádio todo mundo tem, mas construído pela torcida, só aqui. É o único clube do interior que tem torcida própria. Quem torce para a Ponte, torce só para a Ponte”, completou. Depois disso, não precisou de mais nada para a torcida começar a cantar o nome do clube.

Prado evita polêmica com Luciano do Valle
Em conversa com o Futebol Interior, Flávio Prado evitou qualquer tipo de polêmica com Luciano do Valle, que, em junho, criticou o próprio Flávio Prado e alguns outros membros da imprensa por não ter diploma de jornalistaluciano 001 140.

“Eu gosto muito do Luciano do Valle e devo muito a ele. E ele sabe que eu tenho diploma de jornalismo e de direito. Foi um desabafo apenas. Minha relação com ele não mudou em nada. O tenho como um dos maiores narradores da história do rádio brasileiro. Se foi um gol contra, ele teve milhares a favor”, disse.

Flávio classificou sua participação na festa de aniversário da Ponte como um dos pontos máximos de sua trajetória como jornalista.

“Isso aqui é magnífico e ficou feliz de ter recebido o convite”, afirmou.