FIFPro alerta para excesso de jogos e riscos à saúde dos atletas após estudo
Relatório detalha impacto do calendário lotado sobre saúde e carreira dos jogadores.
Estudo da FIFPro expõe riscos do calendário inchado e cobra limites para jovens no futebol.
Zurique, CH, 30 (AFI) – Um estudo da FIFPro acendeu o sinal de alerta para o futebol mundial ao destacar o impacto negativo do excesso de jogos nas competições. O relatório, divulgado nesta segunda-feira, ressalta que a saúde, a performance e até a longevidade da carreira dos atletas estão em risco devido ao calendário apertado.
O documento aponta problemas como a falta de férias adequadas, longas viagens e alta carga de partidas, especialmente entre jogadores jovens. Nomes como Alisson, goleiro da Seleção Brasileira, mostraram insatisfação com a falta de consulta aos atletas antes de mudanças no calendário: “Ninguém pergunta aos jogadores o que eles pensam sobre adicionar mais jogos, talvez nossa opinião não importe. Mas todo mundo sabe o que pensamos sobre jogar mais. Todos estamos cansados disso”.
EXCESSO DE JOGOS IMPACTA JOVENS
O relatório da FIFPro destaca que os jovens atletas brasileiros têm atuado cada vez mais cedo, acumulando minutos tanto por clubes quanto por seleções antes dos 18 anos. Segundo o estudo, essa sobrecarga pode encurtar a trajetória profissional dos garotos.
Para tentar amenizar o problema, a entidade recomenda limites de partidas para jogadores menores de idade. O cenário é agravado por períodos curtos de férias e pré-temporada. Enquanto atletas de outras modalidades, como basquete e beisebol, têm até cinco vezes mais tempo de descanso, no futebol o tempo de recuperação é mínimo.
CALENDÁRIO INCHADO NO FUTEBOL
O levantamento cita exemplos de atletas que atuaram mais de 70 vezes em uma única temporada, como Valverde (Real Madrid), Bastoni (Inter de Milão) e Fabián Ruiz (PSG). Outros casos chamam a atenção pelo curto intervalo entre jogos: Kim Min-Jae (Bayern) disputou 20 partidas em sequência, enquanto Pedri (Barcelona) jogou 80% das partidas de forma consecutiva.
As distâncias percorridas também preocupam. Moisés Caicedo (Chelsea) viajou 25 mil quilômetros para disputar quatro jogos em 14 dias. Já Mathew Ryan (Levante) e Marko Stamenic (Swansea) percorreram juntos mais de 165 mil quilômetros na última temporada, o equivalente a quatro voltas ao mundo.
Como solução, a FIFPro sugere férias de pelo menos 28 dias, pré-temporada adequada e folgas semanais obrigatórias. Também pede monitoramento extra nas férias, intervalo mínimo de dois dias entre jogos e descanso após voos longos, além do controle da carga para menores de idade. Tudo para garantir a saúde e o desempenho dos jogadores em campo.






































































































































