Campinas, SP, 05 (AFI) – Jota Júnior foi o convidado desta quinta-feira do FI Cast, o podcast do portal Futebol Interior. Recém demitido do Grupo Globo de Televisão, uma das maiores referências em narração esportiva do Brasil falou sobre sua experiêcia profissional, e diversas histórias vividas em sua trajetória como locutor. José Francischellis Júnior nasceu em Americana, cidade próxima à Campinas e começou na Rádio Clube de Americana, em 1969, e por lá trabalhou até 1971.

Em seguida, Jota Júnior veio à Campinas para trabalhar na Rádio Brasil, veículo no qual trabalhou durante cinco anos, entre 1971 e 1976. Seu desempenho como locutor esportivo chamou a atenção do Rádio Gazeta. Sendo assim, o jornalista se transferiu para São Paulo, e na emissora paulista trabalhou entre 1980 e 1983. Na sequência da carreira, Jota chegou à Bandeirantes, e fez parte de uma das mais emblemática equipes de transmissão esportiva da história do Brasil.

Foi naquele tempo que o narrador teve a sua primeira experiência com a locução para a televisão, a qual confessou que teve um certo trabalho para se adaptar, e que recebeu a ajuda de Luciano do Valle, icônico locutor esportivo, para se adequar à linguagem televisiva. Pelo Grupo Bandeirantes, Jota Júnior narrou jogos nas Copas de 1986, no México, 1990, na Itália, 1994, nos Estados Unidos, e 1998, na França, além de outros vários eventos. Deixou a emissora em 1999, e desde então estava no Grupo Globo de Televisão.

Jota Júnior tem um amor incondicional pelo rádio, apesar de ter sido reconhecido na maior parte de sua carreira como locutor de televisão, mas fato é que, as ondas de transmissão deste meio de comunicação tão poderoso, é o que faz até hoje, o jornalista se emocionar, pelo poder que o rádio tem de influenciar e mudar o pensamento das pessoas, mesmo com tantas invovações técnológicas que o setor sofreu nos últimos anos.

Entre tantas histórias contadas durante o programa, Jota Júnior destacou um fato muito curioso que marcou sua trajetória como jornalista. O ano era 1974, e o Guarani jogou contra o Juventus, no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas. Na época, o Bugre era treinado pelo lendário Diede Lameiro, técnico que foi responsável pelo título do 1º turno do Campeonato Paulista daquele ano. Por conta do trabalho realizado na Rádio Brasil, Jota fazia boletins diários de Guarani e Ponte Preta e enviava para a Rádio Gazeta, e acabou fazendo uma amizade muito grande com o treinador, que no domingo, data daquela partida, fez um convite um tanto peculiar para o narrador acompanhar a partida de dentro do gramado.

Naquela época, os bancos de reservas eram feitos de madeira, e todos os jogadores ficavam bem perto da comissão técnica, e Jota Júnior ficou bem na ponta, sentado, acompanhando a partida. Em determinado momento da transmissão, uma das câmeras se voltou para o jovem locutor, que naquele exato momento, estava bocejando, e virou notícia durante toda a semana. Diede inclusive teria dito que nunca mais chamaria Jota para acompanhar um jogo dentro de campo, para evitar que dormisse, um momento pra lá de engraçado, que o narrador contou em detalhes.

JOTA JÚNIOR RELATA MOMENTO TENSO EM MARÍLIA

O narrador de futebol tem uma relação muito interessante com o estádio. Apesar do advento das transmissões em estúdio, sentir o clima da arquibancada, ouvir ao vivo o grito dos adeptos, é sem dúvida, uma experiência muito mais intensa e emocionante. Claro que, dependendo do local onde será transmitido o jogo, a proximidade do torcedor com as tradicionais cabines é muito maior, e em alguns casos, os profissionais de imprensa não são muito bem recebidos pelos adeptos.

Um fato muito tenso envolvendo Jota Júnior e Dalmo Pessoa aconteceu em um jogo entre Marília e São Paulo pelo Campeonato Paulista. Na época, Jota trabalhava na Rádio Bandeirantes, e Dalmo fez duras críticas à Manguinha, jogador do MAC, o que teria deixado a torcida local muito nervosa com o comentarista. O primeiro tempo mal havia acabado e o São Paulo já vencia o time Celeste por 3 a 0, o que deixou os adeptos da Moça do Interior muito enfurecidos, que começaram a atacar chinelos, pedras de gelo e demais objetos na direção das cabines.

Jota Júnior e Dalmo Pessoa começaram a se preocupar com o que estava acontecendo naquele momento, e foram surpreendidos quando um torcedor, com um chute, quebrou a porta de entrada das cabines, adentrou o local de trabalho e acertou um soco violento rm Dalmo, que caiu no chão sangrando, imediatamente, Sidnei Lopes, operador da Rádio Bandeirantes na época e o presidente do Marília, Pedro Pavão, apazigou os ânimos, e afirmou que a polícia chegaria para escoltar a equipe de transmissão até a saída do estádio.

Porém, conforme a equipe de transmissão desceu as escadarias, os policiais se dispersaram, e na porta do estádio, um aglomerado de torcedores esperavam pela saída dos jornalistas, e uma tragédia poderia ter acontecido no local, qual não foi a surpresa de todos, quando Dulcídio Wanderley Boschilia, que foi o árbitro do jogo, e sabendo do que havia acontecido nas cabines, pulou na frente da equipe de transmissão, sacou uma arma, pois era policial, e com um tiro, afastou a todos que estavam por ali, fazendo com que Jota, Dalmo e Sidnei saíssem em segurança.

Você pode acompanhar na íntegra a entrevista com Jota Júnior clicando no link. Toda a quinta-feira o FI Cast traz um convidado especial para falar sobre futebol, com uma linguagem envolvente, resenha boa e muitas histórias. Fique ligado e participe das nossas transmissões no Facebook, YouTube, Rumble, e demais canais.

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