Federação Turca investiga mais de mil atletas por envolvimento com apostas ilegais

Federação Turca investiga 1.024 jogadores por envolvimento com apostas ilegais; 27 são da Superliga. Escândalo já provocou prisões, renúncias e suspensão de divisões nacionais.

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Mais de mil atletas, incluindo jogadores do Galatasaray e Besiktas, estão sob investigação por envolvimento em apostas ilegais na Turquia. (Reprodução/BESIKTAS)

Istambul, TUR, 11 (AFI) – A Federação de Futebol da Turquia (TFF) revelou nesta segunda-feira que 1.024 jogadores estão sendo investigados pelo comitê disciplinar da entidade por envolvimento em apostas ilegais. O escândalo, que veio à tona no fim de outubro, já abala profundamente o futebol turco e ameaça a credibilidade de suas competições.

INVESTIGAÇÃO SE EXPANDE

Segundo a TFF, 27 jogadores da primeira divisão — a Superliga Turca — estão sob investigação. O número inclui dois atletas do Galatasaray, dois do Besiktas e um do Trabzonspor, três dos clubes mais tradicionais do país. Com exceção do Fenerbahçe, todos os times do top 10 do campeonato têm ao menos um jogador envolvido no caso.

A investigação também atinge 77 jogadores da segunda divisão, 282 da terceira e 629 da quarta divisão profissional. Diante da gravidade da situação, a TFF suspendeu por duas semanas todos os jogos da terceira e quarta divisão.

PRISÕES E RENÚNCIAS

A federação classificou o movimento como uma “medida preventiva” para garantir a integridade das competições. Desde o início do escândalo, 149 árbitros foram punidos e 45 delegados de jogos renunciaram aos cargos.

A Procuradoria-Geral da Turquia decretou na última semana a prisão de 21 pessoas, incluindo 17 árbitros e Murat Ozkaya, presidente do Eyupospor, clube da Superliga. As investigações apontam que parte dos envolvidos perdeu dinheiro nas apostas, o que pode indicar ausência de manipulação direta de resultados — mas o caso segue sob apuração.

PRESSÃO SOBRE A TFF

Com o calendário afetado, a TFF iniciou negociações com a Fifa para prorrogar em 15 dias a janela de transferências de inverno, argumentando que precisará de tempo adicional para recompor elencos e organizar as competições.

Até o momento, a federação afirma não haver provas concretas de um esquema centralizado de manipulação de jogos, mas as investigações continuam ampliando o número de pessoas e clubes envolvidos.

O escândalo coloca o futebol turco em sua maior crise das últimas décadas, em meio à pressão de torcedores, clubes e autoridades esportivas internacionais por transparência e punições exemplares.