ESPECIAL SEGUNDONA: Naça volta a ser grande e Atibaia faz história

O Nacional foi o grande campeão, enquanto o Atibaia, com apenas nove anos de história, subiu de Divisão

O Nacional foi o grande campeão, enquanto o Atibaia, com apenas nove anos de história, subiu de Divisão

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Campinas, SP, 24 (AFI) – Um dos campeonatos mais charmosos do país, mas abandonado pela Federação Paulista de Futebol (FPF) nos últimos anos, a Segundona de 2014 foi marcada pela briga de times tradicionais para retornar, ainda que aos poucos, para as principais Divisões do Campeonato Paulista. No final, o Nacional foi o grande campeão e o Atibaia fez história ao subir de forma heroica.

Ao todo, 39 times iniciaram a competição com um mesmo objetivo: subir. Apesar de ser, na teoria, a Quarta Divisão Estadual, a Segundona virou pauta nacional com a participação de uma figura que ficou famosa no futebol. Viola e Túlio Maravilha são exemplos de personagens que já atuaram no campeonato em edições anteriores, e nesta temporada foi a vez do paraguaio Cabañas, contratado para defender o modesto Tanabi.

Cabañas assina contrato com o Tanbi para a Segundona

Cabañas assina contrato com o Tanbi para a Segundona

Cabañas é ídolo da Seleção Paraguaia, mas fez história ao vestir a camisa do América do México. O jogador vivia um dos melhores momentos de sua carreira, quando recebeu um tiro na cabeça e ficou entre a vida e a morte. Seu retorno às quatro linhas era quase nulo, mas ele superou as expectativas e do dia pra noite desembarcou no país após proposta do presidente fanfarrão Irineu Alves.

Apesar de todo o marketing criado em cima do jogador, a contratação foi um fiasco. Cabañas sequer vestiu a camisa do Tanabi na Segundona. Apenas atuou num amistoso diante do Grêmio Barueri e perdeu pênalti. Decepção para os torcedores da distante Tanabi, e também, é claro, para quem queria acompanhar o retorno em grande estilo do paraguaio aos gramados de futebol.

Não bastasse o fracasso de Cabañas, o Tanabi foi a maior vergonha da primeira fase. Em oito jogos disputados, o time não venceu nenhuma vez, empatou duas e perdeu seis vezes. Campanha idêntica ao do São Vicente, e quase igual ao do Ecus, Atlético Mogi, Lemense e Presidente Prudente, todos estes eliminados na lanterna dos seus respectivos grupos no Estadual.

DE DAR INVEJA!
O melhor time da primeira fase foi o Nacional. O famoso Naça. Foram oito vitórias e dois empates em dez jogos disputados. O retrospecto deixou o time na liderança do Grupo 6, com 26 pontos – dez pontos a frente do Taboão da Serra, vice-líder e que também mostrou sua força para ficar com a classificação.

A Briosa amargou por mais um ano o sentimento de ficar sem o acesso

A Briosa amargou por mais um ano o sentimento de ficar sem o acesso

Sem tirar o mérito de Primavera, Olímpia e Guariba, competentes dentro de casa e ousados para buscar resultados positivos longe dos seus torcedores. Além deste trio, quem também aparecia com grande força era o União São João, que firmou parceria com a Matonense e contratou jogadores destaques na campanha que acabara de subir o time da Série A3 para a Série A2 do Campeonato Paulista.

O mesmo vale para o Barretos, dirigido pelo técnico Pinho e com jogadores experientes na Divisão de Acesso. O Touro do Vale avançou sem sustos, e na segunda fase repetiu oi feito ao ficar na primeira colocação. Fruto do trabalho e planejamento do presidente de honra do clube, Miltão.

ZEBRAS ATACAM!
A Segundona também contou com algumas ‘zebras’ durante o caminho até a reta final. Na segunda fase, por exemplo, Sumaré, Pirassununguense, União Mogi e Mauaense estiveram entre os clubes classificados. Desbancaram alguns mais favoritos, como o tradicional Bandeirante de Birigui e Internacional de Bebedouro.

Porém, na terceira fase a briga ficou melhor para os times mais bem preparados. Tanto que todos os times citados acima acabaram desclassificados e sem a vaga para a última e decisiva fase do campeonato. Melhor para Portuguesa Santista, Grêmio Prudente, Olímpia, Taboão, Barretos, Nacional, Primavera e Atibaia.

Mas a grande decepção da terceira fase ficou para o União São João. Sob o comando do limitado Rafael Guanaes, o time não rendeu em campo e ficou pelo caminho. Além dos jogadores, é claro, quem também teve culpa na eliminação foi a diretoria da Ararinha, que demitiu injustamente Celinho e depois tentou consertar o erro trazendo Paulinho McLaren quando já era tarde. Tristeza para a aconchegante cidade de Araras.

QUADRANGULAR FINAL – EMOÇÃO!
O Quadrangular Final foi só emoção, afinal, quem não queria ficar com o acesso à Série A3 de 2015? O equilíbrio entre os times (Taboão, Atibaia, Portuguesa Santista, Barretos, Nacional, Olímpia, Grêmio Prudente e Primavera) foi nítido logo na primeira rodada, quando dos quatro jogos, três terminaram empatados – apenas o Nacional venceu o Olímpia, na capital paulista.

Dos oito times nesta fase, sete brigaram até o final pelo acesso. O Grêmio Prudente errou quando não podia errar. Tentou a contratação do experiente técnico Ferreirão para subir, mas era tarde demais. O mesmo vale para o Olímpia, que perdeu Claudemir Peixoto no meio do percurso e trouxe China, que não conseguiu deslanchar.

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Ao final, Atibaia e Barretos, ambos com dez pontos, dividiram a liderança do Grupo A e comemoraram a vaga na Série A3. Enquanto no Grupo B as vagas ficaram cm Nacional, dez pontos, e Primavera, nove. Festa no interior e na capital paulista para os quatro clubes que mais bem se estruturaram pelo objetivo maior.

Mas ainda teria a decisão entre os dois primeiros colocados de cada grupo. Atibaia e Nacional se enfrentaram em jogos de ida e volta. Na primeira partida, em Atibaia, o time da casa venceu por 2 a 1. Enquanto na volta o Nacional devolveu o mesmo placar e foi o campeão – tinha melhor campanha e jogava por dois resultados iguais.

ARTILHEIRO E MELHOR TÉCNICO DO CAMPEONATO
O artilheiro da Segundona Paulista de 2014 foi Sócrates, do Nacional, e que em 2013 já havia sido o goleador do mesmo campeonato. Logo atrás aparece Fernando Gaúcho, do Atibaia, com 12, seguido de Henrique, do Atibaia, e Hygor, do Guariba, com 11; Francisco Alex, do Atibaia, Medina, do Manthiqueira, e Adauto, do Mauaense, completam a lista com dez gols cada.

E o melhor técnico do campeonato foi Pinho. Ele construiu uma história de sucesso no Barretos. É ídolo da torcida e foi um dos responsáveis pelo acesso do Touro do Vale na Segundona. Claro que os jogadores colaboraram, mas Pinho soube superar adversidades e adversários até mesmo mais qualificados. Foi o único treinador que dirigiu o time durante toda a competição. Por isso merece ser o melhor treinador da competição.