ESPECIAL PONTE PRETA: Bagunça extracampo quase deixa Macaca no fundo do poço

Ponte Preta correu sério risco de ser rebaixada na Série B do Brasileiro

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Ponte Preta escapou do rebaixamento graças a entrega dos jogadores (Foto: Álvaro Jr./Ponte Press)

Campinas, SP, 24 (AFI) – O desabafo do ídolo Ivan após a Ponte Preta sacramentar a permanência na Série B do Campeonato Brasileiro apenas na penúltima rodada resumiu bem como foi 2021 no Moisés Lucarelli: “um ano muito difícil para a gente, de muita guerra, principalmente fora de campo”.

E foi isso mesmo. O torcedor pontepretano quase não teve motivos para sorrir na temporada que chegou ao fim no dia 26 de novembro, quando a Macaca encerrou sua participação na Série B com uma vitória sobre o Coritiba, por 3 a 2, no Majestoso.

A campanha no Paulistão deixou a desejar e o time foi eliminado ainda na fase de grupos, ficando com o vice do Troféu do Interior. Na Copa do Brasil, eliminação precoce ainda na segunda fase para o Criciúma, nos pênaltis. Mas o pior ainda estava por vir.

O elenco montado para a Série B mais difícil da história foi limitado. Não bastasse isso, a diretoria não honrou seus compromissos e os jogadores – além de comissão técnica e funcionários – conviveram durante todo o campeonato com atrasos salariais.

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Eleição presidencial mexeu com os bastidores da Ponte Preta (Foto: Diego Almeida/Ponte Press)

GUERRA POLÍTICA
Para complicar ainda mais as coisas, em novembro teve eleição para definir o novo presidente para os próximos quatro anos. O futebol foi deixado de lado e as pessoas que ficam dentro das suas salas climatizadas abandonaram os jogadores e a comissão técnica liderada por Gilson Kleina quando eles mais precisavam.

É isso mesmo. O presidente Sebastião Arcanjo e o superintendente de futebol David Martins não viajaram com o elenco para Aracaju (SE), onde a Ponte ganhou do Confiança e eliminou qualquer risco de rebaixamento. Os “engravatados” preferiram acompanhar a eleição em Campinas.

Eleição essa que foi marcada por ameaças de mortes a conselheiros e seus familiares. No final, a chapa MRP (Movimento Renascer Pontepretano) ganhou da DNA Pontepretano e colocou um fim na Era Carnielli depois de 25 anos. A chapa perdedora era apoiada pelo presidente de honra.

Poucos dias após a eleição, a chapa MRP anunciou Marco Eberlin como presidente. Ele retorna ao clube depois de fazer sucesso como homem-forte do futebol entre o fim da década de 90 e o início dos anos 2000. A diretoria ainda será composta por Marcos Garcia Costa (1º vice-presidente) e Jeronimo Tognolo Neto (2º vice-presidente).

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Entre erros e acertos, Gilson Kleina foi importante na manutenção da Ponte na Série B (Foto: Álvaro Jr./Ponte Press)

FICOU DE BOM TAMANHO
Diante de tantos problemas, tudo indicava que a Ponte Preta amargaria o primeiro rebaixamento da sua história para a Série C do Brasileiro. A sorte é que Gilson Kleina e seus comandados – principalmente o goleiro Ivan e o atacante Moisés – mostraram hombridade para evitarem que uma nação fosse punida pela briga de egos de uma minoria que só se interessa pelo poder.

Das 38 rodadas do Campeonato Brasileiro da Série B, a Ponte Preta ficou 11 delas na zona de rebaixamento, sendo cinco segurando a lanterna. Por isso que o 11º lugar foi comemorado como um título pelos alvinegros. O sentimento, porém, não era de felicidade, e sim de alívio.

Que 2021 não seja um ano para ser esquecido, mas que tenha deixado lições, principalmente, do que não fazer. Afinal, como disse Ivan: a Ponte Preta “tem tradição e camisa para lutar pelo acesso”.

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