ESPECIAL: Com altos e baixos, Guarani vive nova frustração em 2017

O time terminou o ano com 43% de aproveitamento, 19 vitórias, 17 empates e ainda 21 derrotas

O Guarani terminou um ano de frustração

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Campinas, SP, 19 (AFI) – O Guarani terminou um ano de frustração. No primeiro semestre prometeu ao torcedor que iria brigar pelo acesso na Série A2 do Campeonato Paulista, mas, quando dependia apenas das suas forças, mais uma vez sucumbiu ainda na primeira fase, com uma derrota inexplicável para o Mogi Mirim na reta final. Depois veio a Série B do Campeonato Brasileiro, quando a diretoria não prometeu nada e ainda assim brigou pela liderança da competição no primeiro turno. Resultado final: quase foi rebaixado na penúltima rodada.

No papel a temporada pode não ter sido tão ruim assim, com a permanência nas duas divisões, mas para o torcedor ficou o gostinho de ‘quero mais’, daquele Guarani de outros tempos. O time terminou com 43% de aproveitamento, 19 vitórias no ano, 17 empates e ainda 21 derrotas. Em casa os números sobem para 58%, mas não se repetem longe do Brinco de Ouro, com apenas 28% dos pontos conquistados fora de Campinas.

INÍCIO

O ano começou com Nei da Mata, técnico que chegou carregando o título de campeão da Série C com o Boa Esporte, justamente em cima do Guarani, seu novo clube. Sua missão era substituir Marcelo Chamusca e botar ‘ordem na casa’, com um elenco forte. Bruno Nazário, emprestado do futebol polonês, Auremir, Brian Samúdio e o incansável Fumagalli eram as principais estrelas do time na busca pelos objetivos.

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Logo na estreia da Série A2 uma vitória importante por 2 a 1 contra o Oeste dentro do Brinco de Ouro, com show de Fumagalli, que marcou os dois gols. Na sequência, derrota para o Bragantino no Nabi Abi Chedid, seguido de um empate sem gols com o São Caetano por 0 a 0 novamente em Campinas. Era só uma amostra do que viria: um Guarani irregular, que não conseguia engatar uma sequência de resultados e muito menos convencer o torcedor.

Uma vitória por 2 a 0 contra o União Barbarense na 6ª rodada parecia o recomeço, mas na verdade foi a derrocada. A primeira de muitas que viriam. A diretoria, descontente com a até então quinta posição na classificação, dispensou o técnico Nei da Mata e trouxe Maurício Barbieri, ex-Red Bull Brasil. Na estreia empate por 1 a 1 com a Juventus na Javari, seguida de uma derrota amarga para o rebaixado Capivariano no Brinco de Ouro por 2 a 1.

NÃO APRENDE…

Quatro jogos depois, num empate por 1 a 1 com o Velo Clube, novamente em Campinas, aconteceu o segundo tropeço de planejamento do Guarani: Maurício Barbieri deixou o clube com apenas sete partidas. Um plano arquitetado, sonho antigo da diretoria, e que estava livre no mercado: Oswaldo Alvarez, o Vadão, tinha se desligado da Seleção Brasileira Feminina e estava pronto para voltar ao futebol masculino. O acerto veio poucas horas depois.

No primeiro jogo já venceu o Velo Clube por 2 a 1 em Rio Claro, com gols de Eliandro e Brian Samúdio, e restaurou a esperança no Brinco de Ouro. Teve ainda vitórias contra Taubaté e Sertãozinho, além de um empate com a Portuguesa. O sonho da classificação à segunda fase era possível, se não fosse uma derrota para o rebaixado Mogi Mirim em casa por 1 a 0. Chegou na última rodada em um confronto direto com o Batatais, precisando apenas vencer fora de casa, mas acabou derrotado pelo atacante David Lopes, aos 44 minutos do segundo tempo.

Se encerrava ali o sonho de voltar para a Série A1 do Campeonato Paulista. Mais uma vez. Depois de três anos na segunda divisão estadual, o Guarani caia ainda na primeira fase, como um clube imaturo, com muitas mudanças no departamento de futebol e sem um planejamento a longo prazo. Encerrou a Série A2 com 30 pontos, na sexta posição, dois atrás do Bragantino, quarto colocado com 32.

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NOVA CHANCE

Veio então a reformulação do elenco para a Série B do Campeonato Brasileiro. O peso de Vadão no banco de reservas fez com que o Guarani trouxesse jogadores importantes, como os volantes Richarlyson e Baraka, o zagueiro Ewerton Páscoa e o os atacantes Rafael Silva e Paulinho. Estreia no Brinco de Ouro numa sexta-feira à noite e vitória por 2 a 0 contra o Brasil de Pelotas, com os dois gols anotados pelo atacante Eliandro.

A partir da 5ª rodada o time conseguiu emendar uma sequência de bons resultados que lhe deixou na liderança da Série B. Foram vitórias contra Boa Esporte, Paraná, Paysandu, Náutico e ABC, além de um empate com o Oeste e uma derrota para o Criciúma. Na 12ª rodada veio então o jogo mais importante do primeiro turno: confronto direto com o Juventude pela primeira posição. No Alfredo Jaconi, o Guarani jogou de forma irreconhecível e perdeu por 2 a 0, deixando escapar o topo da tabela.

A QUEDA

Dali em diante o desempenho do Guarani foi rolando penhasco abaixo. Cada vez mais afastado do G4, a diretoria novamente tomou a decisão de dispensar o treinador. Vadão, que outrora era tratado como prioridade, foi desligado do Departamento de Futebol depois da derrota por 2 a 1 para o Figueirense fora de casa. O resultado de 22ª rodada deixava o clube na oitava posição, com 31 pontos, seis atrás do Ceará, até então quarto colocado.

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O escolhido para assumir a posição foi Marcelo Cabo, ex-Atlético-GO e campeão da Série B em 2016. A contratação era uma amostra de que o clube queria buscar o acesso, mas em campo os resultados não correspondiam. Veio então as negociações do volante Auremir e o atacante Brian Samúdio, peças importantes no time titular. Em meio as mudanças chegou o novo treinador, que teve que mostrar todas as suas cartas na manga.

Seis jogos depois, com três empates e três derrotas, o Guarani dispensava também Marcelo Cabo. A sequencia, que terminou com a derrota por 3 a 0 para o Oeste em Barueri, deixava o clube na 15ª posição, brigando contra a zona de rebaixamento. Começava uma nova página na temporada do time, que até então sonhava com o acesso. Se quando brigava em cima a diretoria trouxe um técnico campeão, para não cair no Z4 trouxeram um especialista em situações de risco: Lisca, ex-Ceará.

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A SALVAÇÃO

‘Doido’, como gosta de ser conhecido, assumiu na situação que mais gosta, precisando salvar o Guarani de um rebaixamento vergonhoso. Demorou três rodadas para a tão sonhada vitória chegar, contra justamente o Juventude no Brinco de Ouro, adversário que iniciou a crise ainda no primeiro turno. Depois de nove jogos sem vencer, Caíque finalmente deixava a torcida de Campinas feliz, com a vitória por 2 a 0 na 31ª rodada.

Toda a temporada se resumiu então em apenas um jogo: confronto direto entre Guarani e Luverdense dentro do Brinco, pela 37ª rodada. Quem vencesse escapava do rebaixamento e o time da casa tinha a vantagem do empate. Depois de 90 minutos de muita emoção, briga e lances bizarros, a torcida comemorava em Campinas o empate por 0 a 0 e a permanência do Bugre. O clube que um dia liderou o campeonato terminou com 44 pontos, na 16ª posição, escapando nos critérios de desempate.

ESPERANÇA

Agora de página virada, a grande meta do Guarani é 2018. Com os mesmos objetivos, o clube já começou a pré-temporada com Fernando Diniz, ex-Audax e que já foi vice-campeão da Série A1 do Campeonato Paulista. Mais uma vez fora da Copa do Brasil pelo Ranking de Clubes da CBF, o time de Campinas concentra todas as suas forças do primeiro semestre no estadual, que mais uma vez só dará o acesso para os dois clubes finalistas.