Eliminado, Peru celebra perspectiva de crescimento no cenário do futebol mundial

Antes de superar a Austrália, o Peru não vencia um jogo nas Copas desde quando aplicou 4 a 1 no Irã em 1978

Antes de superar a Austrália, o Peru não vencia um jogo nas Copas desde quando aplicou 4 a 1 no Irã em 1978

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São Paulo, SP, 27 – Trinta e seis anos sem disputar uma Copa do Mundo, 40 anos sem vitórias e mais 13 mil dias sem marcar gol num Mundial. Os vários jejuns encerrados pela seleção peruana explicam a festa da torcida em Sochi, no Fisht Stadium, no triunfo por 2 a 0 sobre a Austrália, na última terça-feira. Mas ninguém quer mais esperar tanto tempo para celebrar novamente. E mesmo com a queda na fase de grupos, há boas perspectivas para isso.

Antes de superar a Austrália, o Peru não vencia um jogo nas Copas desde quando aplicou 4 a 1 no Irã em 1978. Depois disso, acumulou seis derrotas e dois empates, até encerrar o jejum. A sensação na Rússia, porém, foi de que a série negativa poderia ter acabado antes, como em sua estreia na edição de 2018, quando perdeu para a Dinamarca por 1 a 0 mesmo tendo finalizado mais vezes – 18 a 10 -, além de ter desperdiçado um pênalti com Cueva quando o placar estava empatado em 0 a 0.

Além disso, a equipe teve boa atuação na derrota magra, também por 1 a 0, para a França, considerada uma das candidatas ao título mundial. Por isso, o Peru deixou a Rússia com a avaliação de que poderia ter feito bem mais do que somar três pontos e terminar o Grupo C na terceira posição, mas também com o orgulho de quem voltou a ser competitivo no futebol mundial.

“Estivemos à altura das circunstâncias e temos evoluído com o decorrer do tempo. Do ponto de vista do rendimento, o Peru sai de cabeça erguida”, afirmou o técnico Ricardo Gareca, que está à frente da seleção peruana desde 2015, mas ainda não acertou a sua permanência após a Copa do Mundo.

Guerrero vem sendo a principal referência do Peru

Guerrero vem sendo a principal referência do Peru

EVOLUÇÃO!
O resgate do Peru, aliás, passou diretamente pelas mãos de Gareca, que conduziu a equipe até as semifinais da Copa América em 2015. No ano seguinte, na edição centenária do torneio, derrotou e eliminou a seleção brasileira na fase de grupos, antes de cair para a Colômbia nas quartas de final, na disputa de pênaltis. E, principalmente, obteve a classificação à Copa, em uma repescagem mundial contra a Nova Zelândia.

“Nós vamos voltar para casa não com uma sensação de vingança, mas com uma ligeira sensação de frustração, de que estamos voltando com menos do que merecemos. Acho que mostramos que nós temos um nível muito alto de futebol e saímos com esse sentimento”, afirmou Carrillo, autor do primeiro gol peruano em Copas desde 1982 e eleito o melhor jogador do duelo com a Austrália.

Dos 23 jogadores convocados por Gareca para o Mundial da Rússia, apenas quatro possuem 30 anos ou mais, sendo que só um deles, o atacante Paolo Guerrero, foi titular contra a Austrália, o que deixa a expectativa de continuidade ao grupo visando a Copa América de 2019, no Brasil, e a busca pela vaga na Copa de 2022, no Catar.

Além disso, todos os 17 jogadores utilizados por Gareca na Rússia atuam fora do Peru. “Conhecer diferentes ligas e ganhar experiência nos beneficia. Nós precisamos ir para o exterior e não ficar apenas no limite do futebol peruano”, afirmou Carrillo, que pertence ao Benfica e atuou na última temporada emprestado ao Watford.