EDITORIAL: Manuel da Lupa é o maior dirigente de São Paulo

Campinas, SP, 13 (AFI) – O presidente da Portuguesa, Manuel da Conceição Ferreira, o popular “Mané da Lupa”, é disparadamente o melhor presidente dos clubes do Estado de São Paulo, excetuando os quatro grandes que, recebendo tanto dinheiro, fica difícil de serem avaliados. Para defender seu clube, Da Lupa não tem limites, mesmo sabendo que pode ser prejudicado em sua vida pessoal.
O recente episódio da denúncia do suborno envolvendo o zagueiro Jean, da Ponte Preta, é um exemplo claro que Da Lupa põe os interesses da Portuguesa acima de tudo. Advogado militante e com mais 30 anos de inscrição na OAB, o Dr. Manuel da Conceição Ferreira sabe muito bem que poderá ser, pessoalmente, bombardeado com processos indenizatórios. Mas não tem medo: Primeiro, a Portuguesa.
O conceito administrativo de Manuel da Lupa é fazer e jamais se omitir. Pode até fazer errado, mas, na dúvida, ele faz.

Recentemente errou ao dispensar o treinador Estevão Soares logo na primeira rodada do Paulistão, mas, na dúvida, fez. Cometeu vários outros equívocos, mas nunca se omitiu.

Uma positiva exceção
Manuel da Lupa é uma positiva exceção no cenário nebuloso de péssimos dirigentes que estão à frente dos clubes de São Paulo. A maioria da cartolagem paulista tem, simultaneamente, todos os predicados negativos que um dirigente pode ter: são medrosos, omissos, covardes, subvernientes, incoerentes, “traíras”, falsos, incompetentes e, alguns, ainda, são desonestos.
Mas Manuel da Lupa é diferente. Vai para cima. Tem coragem de enfrentar a malfadada administração da Federação Paulista, também peita a CBF e quem mais for preciso para defender os interesses da Lusa. Questiona contratações, tenta superar sua pouca vivência no futebol consultando pessoas do meio. Enfim, Da Lupa é tudo que um torcedor quer de um presidente.

Manuel da Lupa pegou a Portuguesa arrebentada financeiramente em 2005 e modernizou a administração do clube e, embora a Portuguesa continue com uma dívida estratosférica, nunca disse que a única solução para a sobrevivência da Portuguesa é a venda do Estádio do Canindé.
Mecanismo próprio de recuperação
Evitou o discurso do caos criando um mecanismo próprio e transparente para gerir o futebol e não deixou o time ser rebaixado para a Série C, além disso em 2006 e levou o time de volta ao Campeonato Brasileiro da Série A. Teve problemas, como os rebaixamentos no próprio Campeonato Brasileiro de 2008 e no Campeonato Paulista de 2006.

Politicamente, Manuel da Lupa prefere não criticar seus antecessores, mas sim processá-los por gestão temerária, exigindo ressarcimento aos cofres do clube.

Pena que Manuel da Lupa seja apenas presidente da Portuguesa. Bem que ele poderia ser presidente da Federação Paulista de Futebol e fazer o futebol de São Paulo sair do limbo e da mediocridade que se encontra.