Edilson marcava seu último gol pelo Corinthians há duas décadas
Dono de gols decisivos, o Capetinha fez 55 gols e colecionou grandes momentos com a camisa 10 preta e branca (CRÉDITO: ALEXANDRE BATTIB
Dono de gols decisivos, o Capetinha fez 55 gols e colecionou grandes momentos com a camisa 10 preta e branca (CRÉDITO: ALEXANDRE BATTIB
São Paulo, SP, 30 – Dono de dribles desconcertantes e gols decisivos, Edílson infernizava a vida dos adversários, tanto que foi apelidado de “Capetinha”. Após brilhar no Palmeiras no início da década de 90, o jogador fez sucesso pelo rival Corinthians, onde alcançou títulos importantes. E justamente o Dérbi marca um capítulo especial na vida do ex-atacante, já que o seu último gol pelo time de Parque São Jorge aconteceu justamente contra o Alviverde há 20 anos, pela Taça Libertadores.
Nascido em Salvador, na Bahia, Edílson iniciou a sua carreira pelo Industrial, do Espírito Santo. Depois disso, chegou ao futebol paulista para defender o Tanabi, onde chamou atenção do Guarani, em 1992. No ano seguinte, foi contratado pelo Palmeiras, sendo peça fundamental na engrenagem comandada por Vanderlei Luxemburgo que bicampeão Paulista em 93/94, além de levantar o caneco do Campeonato Brasileiro e do Torneio Rio-São Paulo, ambos em 1993.
Devido ao grande sucesso, foi emprestado ao Benfica-POR, onde permaneceu um semestre, antes de retornar ao Palmeiras em 1995. No fim do ano, foi vendido ao Kashiwa Reysol, do Japão até ser contratado pelo Corinthians, em 1997. Ainda neste ano, jogou nove partidas e marcou um gol, contra o Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro.
Relação com o Corinthians
No ano seguinte à sua chegada, Edílson já caiu nas graças da torcida. Com dribles e velocidade, fez parte de um dos elencos apontado como um dos melhores do clube de Parque São Jorge ao lado de Gamarra, Sylvinho, Vampeta, Rincón, Ricardinho e Marcelinho Carioca, entre outros. Com essa base, o Corinthians levantou o campeonato nacional diante do Cruzeiro, com o “Capetinho” marcando um dos gols no segundo e derradeiro confronto na vitória por 2 a 0.
A temporada seguinte trouxe novos títulos, sendo o primeiro o Campeonato Paulista. Depois de se classificar para a fase de mata-mata do estadual, na segunda colocação do Grupo 4, o time comandado por Oswaldo de Oliveira eliminou o São Paulo na semifinal e superou o Palmeiras na grande decisão, que terminou os ânimos acirrados por conta de confusão generalizada após embaixadinhas quando o Corinthians tinha vantagem. Antes disso, Edílson havia feito um gol em cada confronto e ajudou o clube alvinegro a ser campeão estadual.
O segundo título do ano veio com a conquista do bicampeonato consecutivo do Brasileirão. Na fase de pontos corridos, a equipe de Itaquera se classificou em primeiro, com 44 pontos. Na segunda fase, eliminou o Guarani nas quartas de final, o São Paulo na semifinal e mais um rival mineiro, desta vez, o Atlético após três confrontos.
Eu sou Edílson, muito prazer
Em sua última temporada no Parque São Jorge, Edilson balançou 11 vezes as redes adversárias, até ir para o Flamengo, no final de julho. Disputou 28 partidas e foi campeão do Mundial de Clubes de 2000. Na competição internacional, marcou um dos gols mais bonitos de sua carreira.
No primeiro jogo, o Corinthians estreou o seu uniforme novo diante do Raja Blanca, de Marrocos. Logo nos minutos iniciais, em ataque da equipe paulista, Luizão cruza a bola na entrada da pequena área e o camisa 10 arrisca uma bicicleta. A bola não entrou, mas era um sinal de que a torcida podia esperar algo dele nesse mundial. O placar foi de 2 a 0 para o futuro campeão.
O próximo adversário foi o Real Madrid. Havia uma polêmica no ar, já que o craque corintiano tinha dado uma declaração dizendo que o zagueiro francês Karembeu não conseguiria marcá-lo. Cercado de polêmica, com até resposta do vice-presidente espanhol, Juan Onieva, Edílson infernizou a vida do defensor. Após ir às redes no primeiro tempo empatando o duelo, o Capetinha meteu uma “caneta” em Karembeu e fez o gol da virada na segunda etapa.
Os madrilenhos ainda empatariam o confronto, mas o tento ficou eternizado na lembrança do torcedor alvinegro. Os paulistas ficariam com o título diante do Vasco, após empate sem gols e vitória nos pênaltis.
O último do Capetinha
Depois do Mundial, os alvinegros buscavam o inédito título da Taça Libertadores. Em 1999, o Palmeiras eliminou o Corinthians nas quartas de final em disputa de pênaltis após dois grandes embates. No ano seguinte, desta vez, os rivais mais uma vez decidiriam a vaga.
No primeiro encontro, no dia 30 de maio de 2000, o Corinthians saiu em vantagem com Ricarinho, mas o Palmeiras empatou com Júnior. Em seguida, Marcelinho recolou o Alvinegro em vantagem após desvio na zaga palmeirense que tirou as chances do goleiro Marcos.
Na segunda etapa, o Capetinha apareceu dentro da área e marcou de cabeça o terceiro corintiano, este que seria o seu último gol com a camisa do clube. Alex e Euller ainda empatariam para o time de Felipão, mas Vampeta daria números finais à vitória do Corinthians por 4 a 3.
Já no confronto de volta, o Palmeiras venceu por 3 a 2 e novamente a disputa ficou para os pênaltis. Na decisão, o time alviverde venceu por 5 a 4 e avançou para a final. Após a disputa da Libertadores, Edílson se transferiu para o Flamengo e ainda passou pelo futebol paulista com as camisas do São Caetano e Taboão da Serra, sua última equipe em 2016.
Ficha técnica
Corinthians 4 x 3 Palmeiras(1º jogo da semifinal – Libertadores 2000)
Local: estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi), São Paulo – SP
Data:30 de maio de 2000;
Público:33.092;
Árbitro: Edílson Pereira de Carvalho;
Gols:Ricardinho 14’, Marcelinho Carioca 45’, Edílson 55’, Vampeta 90’ para o Corinthians; Júnior 39’, Alex 75’, Euller 82’ para o Palmeiras.
Corinthians: Dida; Daniel (Índio), Fábio Luciano, Adílson e Kléber (Édson); Edu, Vampeta, Marcelinho Carioca e Ricardinho; Edílson e Luizão (Dinei).Técnico: Oswaldo de Oliveira.
Palmeiras:Marcos; Neném, Roque Júnior, Argel e Júnior; César Sampaio, Galeano, Rogério (Marcelo Ramos) e Alex; Peña e Euller.Técnico: Felipão.
*Por Mateus Bezerra





































































































































