Eberlin justifica atraso nos salários e fala em “acordo” com elenco da Ponte Preta
O dirigente admitiu a dificuldade em manter os pagamentos em dia e detalhou o acordo informal estabelecido com o elenco,
paralisação do elenco ocorre em meio à disputa da Série C
Campinas, SP, 08 (AFI) – Horas depois de os jogadores da Ponte Preta se recusarem a treinar em protesto pelos salários atrasados, o presidente Marco Eberlin se manifestou publicamente sobre a situação. Em entrevista à Rádio Central, o dirigente admitiu a dificuldade em manter os pagamentos em dia e detalhou o acordo informal estabelecido com o elenco, que permite atrasos dentro de uma “flexibilidade” no cronograma de pagamentos.
“Temos um acordo com o elenco que o mês pode durar 20 ou 40 dias. Não é o correto, mas é o que funciona. Não conseguimos cumprir com o pagamento até esta quinta-feira e os jogadores optaram por não treinar. Precisamos entender o lado dos jogadores e assumo a responsabilidade. Estamos buscando fontes de receita para conseguir honrar os compromissos. Não posso garantir que o pagamento será amanhã ou segunda-feira, mas estamos trabalhando para isso”, afirmou.
A fala escancara a fragilidade do modelo adotado pela Ponte Preta: os pagamentos podem ser feitos até o fim do mês seguinte ao trabalhado — o que, na prática, significa que os vencimentos de junho seguem em aberto para os atletas. No caso da comissão técnica, o débito é ainda mais longo: a folha de maio também não foi quitada.
O prazo-limite para o pagamento de junho expirou no último dia 31 de julho. Internamente, a expectativa era de que os valores fossem depositados até esta quinta-feira (6), quinto dia útil de agosto. Com um novo atraso, o elenco cruzou os braços e cancelou o treinamento tático programado para o período da tarde, no CT do Jardim Eulina.
A paralisação do elenco ocorre em meio à disputa da Série C. A Ponte ocupa a vice-liderança da competição, com 27 pontos, e tem confronto direto neste sábado, fora de casa, contra o Botafogo-PB. A preparação foi afetada em um momento crucial do campeonato, a apenas quatro rodadas do fim da primeira fase.
SITUAÇÃO FINANCEIRA DELICADA
A greve, que vinha sendo considerada nos bastidores nas últimas semanas, só foi colocada em prática após o dérbi diante do Guarani, encerrado em 1 a 1 no último domingo. A comissão técnica liderada por Alberto Valentim também está sem receber.
O caso expõe mais um capítulo da instabilidade institucional e financeira da Ponte. Recentemente, o clube chegou a sofrer um transfer ban por dívidas não quitadas, sanção que foi posteriormente removida após acordos pontuais.
O silêncio mantido por parte da diretoria nas últimas semanas e a recorrência dos atrasos, mesmo diante de promessas internas, criaram um clima de desgaste com o elenco. A fala de Eberlin tenta amenizar a situação, mas sem um compromisso firme de regularização imediata, a greve pode voltar a se repetir nos próximos dias — ou até mesmo comprometer a campanha esportiva em uma Série C na qual a Ponte ainda sonha com o acesso.






































































































































