Eberlin admite SAF na Ponte Preta: "Se for a última salvação, eu aprovo"

"Nunca fui a favor, mas se a única alternativa for a SAF, que façamos a SAF" - declarou o presidente, que promete seguir lutando pelo clube.

Eberlin não quis confirmar os valores da dívida atual do clube, que giraria em R$ 300 milhões, mas que estão sendo negociadas

Eberlin, presidente da Ponte Preta
Eberlin, presidente da Ponte Preta Foto: Diego Almeida/PontePress.

Campinas, SP, 06 (AFI) – A situação da Ponte Preta não anda nada fácil. Derrotada no fim de semana para o Avaí, por 1 a 0, dentro de casa, a Macaca entrou na zona de rebaixamento da Série B do Campeonato Brasileiro, faltando três rodada para o fim.

Em meio a ameaças de morte, o presidente Marco Antônio Eberlin, em entrevista à Rádio Bandeirantes de Campinas, nesta tarde de segunda-feira, falou sobre a possibilidade do clube se tornar uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol), que, se essa for a última alternativa para os problemas da Macaca, que faça.

“Nunca fui a favor, mas se a única alternativa for a SAF, que façamos a SAF. Não tem problema nenhum. Eu sou contrário, mas tem que fazer, vamos fazer. O que não pode ser é oportunista.” disse o dirigente, reafirmando que sempre abriu as portas do clube para o que considera de ‘verdadeiros pontepretanos’.
Eberlin também lembrou a situação caótica em que assumiu o clube, inclusive citando o caso da sede do Paineiras, que é deficitária. “O clube lá nos custa R$ 600 mil por ano, mas só tem 22 sócios. No passado chegou a ter mil, 1200 associados. E quando assumimos, não por culpa só da última administração, estava sucateado, precisando de reformas”.

DÍVIDA DE R$ 300 MILHÕES ?
Não quis também confirmar os valores da dívida atual do clube, que giraria em R$ 300 milhões, mas confirmou ações efetivas no sentido de consolidar acordos com a Justiça em relação à dívidas trabalhistas, com jogadores e ligadas à CBF e dívidas cíveis. “Este é um processo quem vem desde 1993, portanto, não é algo de agora. mas precisamos fazer acordos para tentarmos administrar tudo isso e tentar deixar o clube viável”.
Este processo de saneamento teria como ponto inicial um auditoria realizada por uma empresa de renome internacional, que apontou toda a realidade do clube em termos administrativo-financeiro.
“Não posso abrir este relatório porque implica em sigilo, em confidencialidade e não é possível diante da situação atual do clube. Mas posso garantir que a auditoria existe e sabemos bem com o que estamos lidando”, completou

DESCONHECE GREVE

O presidente confirmou o pagamento de salários atrasados e que foi um problema de penhora. O mandatário ainda rechaçou sobre a greve dos jogadores.

“De hoje (segunda) para amanhã (terça), vão receber. É o quinto dia útil. O dinheiro estava liberado, mas eu não pude trazer por penhora, devido a dívidas fiscais desde 1999, da ordem de mais de R$ 1,7 milhão. Foi o que atrasou o salário neste momento. São situações que muita gente não quer ver, mas que atrapalham a Ponte. Em nenhum momento jogador falou de greve para mim” comentou.

O dirigente segue recebendo ameaças, mas garante que não se sentirá intimidado:
“Ameaça de morte, só hoje eu recebi 12. Todo dia tem ameaça que vão pegar minha minha filha, meu filho meu cachorro. É todo dia, estou acostumado”.

No final da tarde, circulou nas redes sociais uma carta que seria do MRP – Movimento de Renovação Pontepretana – que pediria a renúncia do presidente. Mas faltou um caráter mais fictível do documento, que mais pareceu um Fake News – Notícia Falsa.

PONTE PRETA NA SÉRIE B

Com a derrota para o Avaí, a Ponte Preta permaneceu com 35 pontos e entrou na zona de rebaixamento, em 17º lugar. Está à frente de Chapecoense, com 33, mas que ainda joga na rodada, Londrina, com 28, e ABC, com 21, que também entra em campo.

A Ponte Preta agora se prepara para um duelo direto com o Tombense, que tem 37 pontos, no sábado, às 18h, no Almeidão, em Tombos (MG), pela 36ª rodada. Os dois últimos jogos serão diante de Juventude (fora) e CRB (casa).

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