Definida a seleção do centenário do XV de Piracicaba

Grandes nomes como Chicão, o mais votado, De Sordi e Idiarte Massariol foram os escolhidos

Após meses de votação, passando primeiro pela escolha popular e depois pelos diretores e conselheiros do XV de Piracicaba e jornalistas da cidade, está definida a seleção do centenário do clube piracicabano.

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Piracicaba, SP, 23 (AFI) – Após meses de votação, passando primeiro pela escolha popular e depois pelos diretores e conselheiros do XV de Piracicaba e jornalistas da cidade, está definida a seleção do centenário do clube piracicabano.

Grandes nomes como Chicão, o mais votado, De Sordi e Idiarte Massariol foram os escolhidos. A família dos onze atletas e do treinador serão convidadas a receber uma homenagem no dia 25 de outubro na Assembleia Legislativa de São Paulo. “Marcamos esta data em São Paulo e será uma grande festa quinzista. Esses heróis merecem a homenagem”, disse o Deputado Estadual e autor da propositura, Roberto Morais.

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Para o presidente do XV, Celso Christofoletti, a ação é mais uma maneira de lembrar dos ex-atletas piracicabanos. “Sabemos que onze nomes é pouco para uma história de cem anos, por isso abrimos a votação popular, foi a forma mais democrática de escolher”, explicou Christofoletti.

Como funcionou a eleição:
Internautas escolheram os cinco melhores de cada posição através de votação popular feita pelo site oficial do XV e do programa Esporte Livre, de Roberto Morais, na TV Beira Rio.

Um júri composto por 100 pessoas, entre diretores e conselheiros do XV, jornalistas e convidados definiram os 11 melhores de todos os tempos (em cada posição) tendo como base os votos dos Internautas.

Os escolhidos farão parte do conteúdo editorial do Livro Comemorativo ao Centenário do XV de Piracicaba, produzido pela Unimep em parceria com a assessoria de imprensa do XV e a empresa B2 Comunicação, dos jornalistas Arnaldo Branco Filho e Sergio Carvalho. A seleção dos sonhos será homenageada durante a cerimônia comemorativa aos 100 anos do XV, que acontecerá no dia 25 de outubro de 2013 na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Que são eles?

Sidmar:
Nascido no dia 13 de junho de 1962, Sidmar Antônio Martins, além do XV foi goleiro no São Paulo, Guarani, Bahia, Portuguesa, Grêmio e Shimizu (Japão). Depois de dois anos no Guarani, Sidmar transferiu-se para o XV de Piracicaba (SP), clube que defendeu até 1988, ano que foi emprestado ao Bahia. Retornou ao clube, em 1990, até ser transferido para o Japão, para atuar no Shimizu.

De Sordi:
Nasceu em Piracicaba, São Paulo, no dia 14 de fevereiro de 1931, começou a carreira no XV e em 1953 foi jogar no São Paulo. Lateral eficiente nos desarmes, De Sordi dificilmente chegava para apoiar o ataque. Mesmo baixinho, foi também um excelente beque-central. Do XV foi para o São Paulo e também fez sucesso com a camisa tricolor.

De Sordi teve azar no Mundial de 58. Uma contusão o tirou do jogo decisivo contra a Suécia, na vitória brasileira por 5 a 2. Melhor para Djalma Santos que ganhou a oportunidade de jogar e se destacou naquela partida. Nos demais jogos da seleção naquela Copa, De Sordi foi o titular.

Aílton Luiz:
Ailton Luiz Bertan, nasceu em 22 de junho de 1958, em Vinhedo, interior de São Paulo. Iniciou a carreira nas categorias de base da Ponte Preta, em 1973, e profissionalizou-se seis anos depois no Velo Clube de Rio Claro. Chegou ao XV em 1981 vindo do Santos F.C, pelo alvinegro foi Vice-Campeão Paulista da Segunda Divisão, em 1981 e 1983 (atual A2). No ano de 1984 conquistou também a Taça Ray – O – Vac, torneio disputado por 15 times integrantes da Primeira Divisão daquele ano.

Idiarte Massariol
Começou a jogar no XV no final dos anos 30 e ficou por aproximadamente 20 anos. Os arquivos de Rocha Netto registram que Idiarte atuou com a camisa preta e branca, de 1939 a 1958. No total, nada menos de 524 partidas, em que marcou 58 gols, média que parece pequena, mas é bom lembrar que ele atuou a maior parte da carreira na defesa.

Para ele, um dos jogos mais emocionantes foi quando o XV foi campeão do interior, jogando no Parque Antártica, em 13 de fevereiro de 1949. Idiarte começou no XV ainda no time infantil, em 1934, ao lado de Rabeca e Pedrinho Fidélis. Em 1938, ele já era figura destacada da Liga Esportiva Piracicabana de Estudantes, e no mesmo ano estreou no Campeonato Regional Amador.

Almeida:
Bem humorado e muito simpático, Almeida foi jogador do time titular do jogo entre o XV de Piracicaba e o Palmeiras, em 1976. A passagem pelo XV durou seis anos e participou de todas as partidas em que o time disputou, ou seja, 283 jogos. O lateral esquerdo do jogo de 1976 tinha mais afinidade no meio das partidas com Eloi, seu parceiro de jogo. Benê era o atacante com quem Almeida fazia uma dupla de ataque infalível.

Chicão:
Francisco Jesuíno Avanzi nasceu no dia 30 de janeiro de 1949, em Piracicaba (SP) e faleceu na madrugada do dia 8 de outubro de 2008, no Hospital Nove de Julho, na cidade de São Paulo, devido a complicações de um câncer no esôfago.

Conhecido por ser um jogador de estilo raçudo e brigador, Chicão também era um líder em campo e mostrava personalidade também nos momentos em que questionava os árbitros. Chicão ingressou na equipe profissional do no XV, em 1968. Ele foi campeão da Copa Brasil Central de 1969 com o XV, que era um campeonato interestadual com times de São Paulo, Minas e Goiás (quase um Brasileiro da Série B). No dia 27 de agosto de 2011, Chicão foi homenageado pela cidade e Prefeitura de Piracicaba. Um grande Viaduto das duas principais avenidas da cidade recebeu o nome do ex-volante alvinegro.

Vadinho
Osvaldo Lúcio Claudino, o Vadinho, chegou ao XV de Piracicaba no ano de 1977, vindo de Santa Catarina, estreou num jogo amistoso contra o Comercial de Ribeirão Preto preparatório para o Campeonato Brasileiro desse ano. Anos depois foi rebaixado com o alvinegro no Campeonato Paulista de 1980, vice-campeão da Segunda Divisão (atual A2) em 1981 e campeão e capitão do XV no acesso em 1983, foi também campeão da Taça Ray – o – Vac em 1984 com o Nhô Quim, de onde saiu em 1986 pra conseguir o acesso para a Divisão Especial com o Noroeste de Bauru, sendo negociado depois com o Marítimo de Portugal onde jogou até 1990.

De 1977 a 1985 Vadinho disputou 375 partidas com a camisa do alvinegro, tornando-se assim o 5° jogador com mais jogos pelo XV.

Pianelli:
José Eduardo Pianelli nasceu em 2 de maio de 1965. Começou no XV de Piracicaba na categoria base em 1981, e em 1983 passou para o time profissional como meio campo. Apesar de ter passado apenas um ano no XV, realizou 17 gols e foi campeão Paulista da A2. Jogou também no São Paulo F.C., onde conquistou o Paulistão de 1985 e o Campeonato Brasileiro de 1986; América de Rio Preto, Ponte Preta, Juventus da Capital, Rio Branco de Americana, Comercial de Ribeirão Preto, Matshita – no Japão – e Pelotas, no Rio Grande do Sul.

Nardela:
Reinaldo Antonio Baldessin começou a carreira no Nhô Quin, teve como companheiros de equipe o goleiro Pedro Paulo, que defendeu a Lusa e o Vasco, e o ponta João Paulo, o mesmo que jogou pela Ponte Preta nos anos 80.

Nascido no dia 1º de janeiro de 1958, em Piracicaba (SP), teve passagens também pela Seleção Brasileira Juvenil em 1977, Guarani, Grêmio, Portuguesa e Joinville onde é considerado um dos maiores jogadores e o maior artilheiro de sua história. Nardela é casado com Haidy Baldessin e tem dois filhos (Rafael Artur e Davi Alexandre).

Gatão:
Vicente Naval Filho, o Gatão, iniciou sua passagem no futebol em 14 de maio de 1944, defendendo as cores da S. R. Palmeiras (Palmerinha), em partida contra a equipe do Paulista F.C., em partida válida pelo Campeonato Piracicabano de Futebol. O jogador fez sua estreia com o pé direito, já que a equipe da S.R. Palmeiras venceu o Paulista pelo placar de 3 x 2.

Em sua temporada de estreia, Gatão marcou apenas três gols, mas despertou interesse dos diretores da equipe do XV pelo bom futebol apresentado. Assinou contrato com o XV em 30 de dezembro de 1945. A notícia da contratação de Gatão foi tida como a melhor notícia dos últimos tempo na cidade.
Gatão fez sua estreia oficial com a camisa do XV em um jogo internacional, contra o Libertad do Paraguai, em 18 de janeiro de 1946.

Ao longo de sua passagem pelo alvinegro, Gatão foi campeão da 15ª Região, que credenciou o alvinegro para disputa do Campeonato do Interior, bi-campeão do Campeonato do Interior (1947-48) e Campeão do Torneio Início do Campeonato Paulista em 1949.
Gatão regressou ao XV na noite do dia 3 de maio de 1955. Em sua carreira pelo XV de Piracicaba, Gatão disputou 423 jogos e marcou 202 gols, uma das maiores marca da história de um jogador pelo XV de Piracicaba em sua quase centenária história.

Gatão encerrou sua carreira de jogador em 7 de janeiro de 1961. Após encerrar sua carreira como jogador em 1961, Gatão retornou ao XV como treinador em quatro oportunidades. A última delas foi em 1986, quando Gatão foi convocado para ajudar o alvinegro a escapar do rebaixamento. Assumiu a equipe em 26 de julho, com a demissão do treinador Julinho. Estreou logo com uma vitória sobre o Juventus na cidade de São Paulo, vencendo em seguida Guarani e Mogi Mirim e conseguindo um empate contra o América, na cidade de Rio Preto, salvando o XV do rebaixamento com duas rodadas antes do final do Paulistão.

Gatão faleceu tempos depois em decorrência de um câncer, que levou um dos maiores personagens da história do XV.

Paulinho Massariol
Paulinho Massariol, filho do lendário Idiarte, começou nas equipes de base do XV, foi Campeão do Torneio José Ermírio de Moraes com o XV em 1975 e Vice- Campeão Paulista de 1976, em 1977 junto com Nardela, defenderam a Seleção Brasileira Juvenil (hoje sub-20) no Mundial da Tunísia, em 1978 negociado com o Vasco da Gama do Rio de Janeiro, foi artilheiro do Brasileirão daquele ano com 18 gols e fazia a dupla de ataque com Roberto Dinamite.

Dema:
Ademar Lucazecchi, também foi um grande jogador do XV com 279 jogos realizados com a camisa alvinegra. Dema também se destacou na S.E Palmeiras, onde jogou de 1950 a 1957, fez parte da Seleção Paulista que jogou na inauguração do Maracanã em 50 e depois como técnico dirigiu o XV de Piracicaba, na belíssima campanha no Campeonato Paulista de 1976, quando o Nhô Quin conquistou o vice-campeonato estadual, perdendo o título para o Palmeiras.

OS 15 MONSTROS SAGRADOS DA HISTÓRIA DO XV
Tendo em vista os diversos nomes que fizeram a história do XV dentro de campo e na impossibilidade de colocá-lo todos em uma única seleção, a comissão de arquivo e memória do XV, composta por Rui Kleiner, João Almeida e Antônio Rodrigues definiu outros 15 profissionais que serão reverenciados no livro do centenário.

O livro também irá destacar todos os jogadores que passaram pelo XV de Piracicaba e que vestiram a camisa da Seleção Brasileira. Além dos campeões do mundo, De Sordi e Vicente Feola (1958), Coutinho, que em 1962 passou pelo juvenil do XV, Dadá Maravilha e Leão (1970) e de Chicão (que participou da Copa de 1978), o clube registra uma série de craques que vestiram a camisa zebrada e que defenderam o Brasil em jogos oficiais, tanto no time principal, quanto nas categorias de base.