Déficit do Santos dispara mesmo com alta nas receitas
Santos, SP, 03 (AFI) – O retorno de Neymar à Vila Belmiro impulsionou as receitas do Santos no primeiro trimestre de 2025, mas os gastos cresceram ainda mais. O clube registrou déficit de R$ 37,4 milhões, valor 60,8% superior ao previsto no orçamento, mesmo arrecadando R$ 174,9 milhões no período — 43,6% acima da meta inicial.
Segundo o relatório contábil apresentado nesta segunda-feira (9) ao Conselho Deliberativo, o maior incremento veio de direitos federativos e empréstimos. Mas o aumento de receitas não foi suficiente para conter o rombo provocado pelo crescimento acelerado nas despesas operacionais, que saltaram de R$ 93,2 milhões para R$ 154,8 milhões — uma alta de 66%.
Boa parte desse salto tem ligação direta com o novo contrato de Neymar, que provocou um impacto significativo na folha salarial. Apenas entre janeiro e fevereiro, os gastos com salários do elenco saltaram 228,8%, subindo de R$ 10,5 milhões para R$ 34,8 milhões. Em março, o clube ainda desembolsou R$ 34,2 milhões, sendo R$ 21,9 milhões apenas em direitos de imagem.
CONTRATO MILIONÁRIO
O camisa 10 santista é o único atleta com salário em carteira superior a R$ 4 milhões mensais. Além disso, Neymar tem direito a 75% dos valores de todos os patrocínios fechados ou ampliados após sua volta, e o clube se comprometeu a pagar ao menos R$ 85 milhões em direitos de imagem à empresa NR Sports até dezembro de 2026.
O contrato também prevê a repactuação da dívida anterior com Neymar, com prazo estendido até o fim da atual gestão, do presidente Marcelo Teixeira. Apesar do incremento imediato nas receitas, parte do dinheiro já foi utilizado para cobrir outros custos operacionais.
ALERTA DO CONSELHO
Em tom crítico, o Conselho Fiscal recomendou à diretoria “maior rigor no controle de gastos e receitas”, alertando para a necessidade de se adequar ao orçamento previsto.
A situação do clube é considerada delicada. Em 2024, o Santos teve déficit de R$ 105,2 milhões e sua dívida total atingiu R$ 977 milhões. A pressão de credores cresce. Recentemente, o clube recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte para tentar adiar o pagamento de 2,5 milhões de euros (cerca de R$ 15,9 milhões) ao Arouca, de Portugal, pela contratação do zagueiro João Basso — episódio que gerou revolta na diretoria do clube europeu.






































































































































