De Ryuta a Tsubasa: confira os japoneses que já jogaram pelos clubes da Copa Paulista
Ryuta Takahashi não é o primeiro japonês a brilhar na Copa Paulista. Veja a lista de jogadores do Japão que já defenderam clubes do torneio.
Bugre tem hoje Ryuta Takahashi, mas a lista de nipônicos no futebol paulista é mais longa do que parece.
Campinas, SP, 29 (AFI) – O meia japonês Ryuta Takahashi, de 20 anos, virou xodó da torcida do Guarani em pouco tempo de Brinco de Ouro. Carismático, com boas atuações e português em dia, renovou contrato até 2027 e se declarou ao clube.
Mas a verdade é que Ryuta não é o primeiro jogador do Japão a passar pela Copa Paulista, a presença de jogadores nipônicos no futebol paulista tem uma história muito mais longa, que vai do mítico Musashi Mizushima, inspiração para o anime Super Campeões, até nomes pouco lembrados como Sho Shimoji, que mal conseguiu estrear no Linense.
A seguir, um mergulho nos japoneses que já passaram pelo torneio.
GUARANI – RYUTA TAKAHASHI

Revelado pelo Gamba Osaka, Ryuta atuou também no Giravanz Kitakyushu, da J-League 2, antes de chegar ao Bugre. No Brinco, logo chamou atenção pelo estilo técnico, visão de jogo e dedicação fora de campo, fala português com certa fluência, participa de ações com torcedores e já virou um símbolo de disciplina dentro do elenco. Em 2025, soma nove jogos (oito pela Copa Paulista e um pela Série C), além de duas assistências.
COMERCIAL E RIO BRANCO – RINSEI KANDA

O meia-atacante Rinsei Kanda teve duas passagens pelo interior paulista. Em 2019, foi apresentado pelo Rio Branco de Americana, após defender o Atlético-GO. Dois anos depois, reforçou o Comercial de Ribeirão Preto para a Copa Paulista. Inteligente e bom nas bolas paradas, Kanda acabou não ficando muito tempo, mas deixou impressão positiva. De volta ao Japão, atua atualmente pelo Nankatsu SC, time amador que pertence ao criador do Super Campeões.
NOROESTE – YUKIO TSUCHIYA

Zagueiro firme e de boa estatura, Yukio Tsuchiya chegou ao Brasil em 1994 para defender o Noroeste em competições locais. Passou ainda por Inter de Bebedouro e Barretos, acumulando experiência antes de voltar ao Japão. Por lá, construiu carreira sólida, com destaque no Tokyo Verdy, onde foi campeão da Copa do Imperador em 2004 e da Supercopa Japonesa em 2005. Aposentou-se em 2013, mas sempre citava com carinho o aprendizado no futebol brasileiro.
LINENSE – SHO SHIMOJI

O meia Sho Shimoji desembarcou em Lins em 2011, depois de rodar por Paraguai e Bolívia. Chegou a treinar no Linense, mas não pôde atuar oficialmente por questões burocráticas ligadas ao visto de trabalho. Acabou transferindo-se para o futebol da Tailândia, onde teve carreira longeva em clubes como Army United e Bangkok Glass.
SÃO BENTO – MUSASHI MIZUSHIMA

Um personagem lendário: Musashi Mizushima nasceu em Tóquio e chegou ao Brasil com apenas 16 anos, incentivado por Pelé, que conhecia seu talento desde excursões do Santos ao Japão. Teve formação no São Paulo, mas em 1986 defendeu o São Bento, onde deixou lembranças fortes. Sua trajetória no Brasil foi tão marcante que serviu de inspiração para o criador de Super Campeões, que transformou Mizushima em base para o protagonista Oliver Tsubasa (Ozora Tsubasa).
MONTE AZUL – YOSUKE MORISHIGE E MASAKI SAITO

O atacante Yosuke Morishige foi revelado no Shimizu S-Pulse, mas veio ao Brasil jovem, atuando no Cianorte antes de ser emprestado ao Monte Azul para a Série D. Era rápido e habilidoso, mas ficou pouco tempo até voltar ao clube paranaense.

Já Masaki Saito, também atacante, chegou ao Monte Azul após experiências no Tokyo Verdy e no Okinawa Kariyushi. Não conseguiu sequência e acabou se aposentando cedo, migrando para carreira de treinador.
PAULISTA DE JUNDIAÍ – KENTA KASAI E YUTA SHIROMA

O zagueiro Kenta Kasai atuou no Paulista em meados dos anos 2000 e ficou marcado por ser um dos raros japoneses a disputar Libertadores em um clube brasileiro, mesmo que em poucos jogos. Depois que o Galo foi rebaixado em 2007, ele recebeu ofertas de vários times, mas se juntou ao Kashima Antlers no ano seguinte.

Já o jovem Yuta Shiroma não chegou a atuar profissionalmente, mas fez parte das categorias de base do Galo, onde passou por intercâmbio esportivo. Retornou ao Japão para continuar a formação, carregando experiência do futebol brasileiro.
UMA TRADIÇÃO CULTURAL NA COPA PAULISTA
O intercâmbio Brasil-Japão no futebol não é novidade: desde os anos 80, clubes do interior paulista recebem jogadores nipônicos em busca de aprendizado e vitrine. Se alguns ficaram apenas como nota de rodapé, casos como o de Mizushima e agora de Ryuta mostram que a Copa Paulista também é espaço para histórias singulares, que misturam esporte, cultura e até a ficção dos animes.






































































































































