De ajudante de obra ao Guarani: a história de Lucas Rafael
Titular no Guarani, Lucas Rafael relembra fase como ajudante de pedreiro e vendedor de bolo de pote durante a pandemia.
Campinas, SP, 23 (AFI) – A luta por uma vaga na zaga do Guarani tem ganhado novos capítulos com a crescente participação de Lucas Rafael. Mas a disputa por posição está longe de ser o maior desafio da carreira do defensor de 25 anos. Antes de vestir a camisa bugrina, o jogador precisou superar lesões, trabalhar fora do futebol e até vender bolo de pote para ajudar a família.
Durante a pandemia, em 2020, Lucas vivia uma das fases mais delicadas da carreira. Sem contrato e atuando por equipes da quarta divisão estadual, o zagueiro ficou sem fonte de renda com a paralisação do futebol.
“Na época, os clubes da primeira divisão ainda estavam ativos, mas a gente das divisões inferiores ficou parado. Eu precisava de dinheiro e encontrei na venda de bolo de pote uma forma de girar capital”, contou o zagueiro, que também trabalhou como ajudante de pedreiro.
Aos risos hoje em dia, ele lembra de quando era alvo de piadas enquanto carregava areia nas obras. “O responsável ficava zoando que tinha jogador carregando o material dele. Mas eu sabia que precisava enfrentar aquilo para pagar as contas. No fim, esse mesmo cara me ofereceu a casa dele quando voltei a jogar.”
MULTITAREFAS E O PRIMEIRO CONTRATO
Natural de Barueri, Lucas começou no futsal antes de migrar para o campo pela Portuguesa. Passou pelas categorias de base de clubes paulistas, como Barueri e Taboão da Serra, onde sofreu uma lesão no sub-20. Chegou a morar com a avó no Piauí e entregava marmitas para ajudar em casa.
As dificuldades, no entanto, não o impediram de buscar novos caminhos. Rodou por clubes como Artsul-RJ, Resende-RJ e, em Alagoas, foi aprovado no CSA, onde assinou o primeiro contrato profissional e integrou o elenco na Série A de 2019.
Depois disso, ainda passou por testes no Bahia, voltou a trabalhar com o pai instalando câmeras de segurança e seguiu batalhando por espaço no futebol. O recomeço veio com passagens por São Caetano, Boa Esporte e Amazonas, até embarcar para Portugal, onde atuou por Estrela Amadora, SC Covilhã e Oliveirense.
DE AO VOLTA AO BRASIL, CHANCE NO GUARANI
Lucas retornou ao futebol brasileiro em 2023, quando aceitou a proposta do Red Bull Bragantino. “Nem olhei o salário. Queria a chance de jogar uma Série A e realizar o sonho de terminar a casa do meu pai”, revelou.
Depois de nova passagem por Portugal, voltou ao Brasil em 2024 e foi contratado pelo Guarani, onde reencontrou a estabilidade. Disputou sete partidas no Paulistão e mais seis na Série C, se firmando como uma das opções para o técnico Marcelo Fernandes.
“Depois de tudo que passei, estar aqui no Guarani, jogando uma competição nacional, é motivo de muito orgulho. A torcida pode ter certeza que vou dar tudo em campo”, finalizou.
O Bugre volta a campo no dia 28 de junho, contra o CSA, em Maceió, pela 10ª rodada da Série C. A equipe ocupa a 12ª colocação, com 11 pontos conquistados.
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