São Paulo, SP, 06, (AFI) – O atacante Memphis Depay, do Corinthians, recebeu recentemente uma premiação no valor de R$ 1.575.201,00 como bônus por desempenho individual, após se destacar na vitória contra o Internacional, pela 7ª rodada do Campeonato Brasileiro.

GRANA ACUMULADA

A bonificação integra um total de R$ 4.725.603,00 arrecadado pelo jogador em premiações deste tipo, considerando suas 25 participações diretas em gols (12 gols e 13 assistências) em 38 partidas com a camisa alvinegra.

Embora muitos associem a bonificação a um acréscimo salarial, esse tipo de acordo não integra o salário habitual do atleta. Segundo o advogado Cláudio Klement Rodrigues, especialista em Direito Desportivo, a prática é regulamentada pela Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023), sendo um contrato de natureza civil.

“O bônus por performance é um pacto independente, que pode ser incluído como cláusula acessória no contrato de trabalho ou assinado separadamente. Uma vez pactuado, tem força obrigatória, desde que existam metas claras, objetivas e mensuráveis”, explica.

MEDIDA COMUM

De acordo com Rodrigues, esse tipo de cláusula é cada vez mais comum no futebol moderno e pode contemplar metas tanto individuais quanto coletivas: número de gols, assistências, jogos como titular, títulos conquistados ou classificações alcançadas pela equipe. “A jurisprudência é clara: havendo previsão contratual e comprovação do desempenho, o clube é obrigado a pagar, mesmo sendo um acordo considerado liberal. Inclusive, se o clube tenta frustrar o cumprimento dessas metas de forma deliberada, pode ser responsabilizado judicialmente”, completa o especialista.

A bonificação por desempenho tem se tornado uma ferramenta estratégica para clubes e atletas: serve como estímulo para rendimento esportivo, mas também como alternativa de remuneração que não onera diretamente a folha salarial fixa do clube. No caso de Memphis, os números comprovam que o investimento tem gerado retorno em campo — e fora dele.