Corinthians e São Paulo venceram, mas estão longe do ideal

Nenhum dos dois gigantes do futebol brasileiro provaram que já estão no ápice de sua forma e em condições de brigar pelos títulos que vão encarar.

Sul-Americana - Tigre x São Paulo
Erison pode assumir posição do Calleri (Foto: Rubens Chiri - SPFC)

São Paulo, SP, 8 (AFI) – Lógico que vencer é sempre muito bom. Mas torcedores do Corinthians e do São Paulo não devem ficar eufóricos demais porque mesmo tendo vencido seus jogos (Liverpool 0 x Corinthians 3, pela Libertadores) e (Tigre 0 x São Paulo 2, pela Sul-Americana), nenhum dos dois gigantes do futebol brasileiro provaram que já estão no ápice de sua forma e em condições de brigar pelos títulos destas competições e das demais que vão encarar.

Ao contrário. Primeiro, porque ambos venceram equipes de qualidade técnica limitada e, por consequência, não exigiram muito de corintianos e sãopaulinos. E segundo, porque mesmo com as vitórias que conseguiram fora de casa, nem Corinthians, nem São Paulo, mostraram um futebol de encher os olhos. Até reconhecemos que ambos estão no caminho certo e que, se continuarem nesta evolução, poderão sim chegar ao final destes torneios em condições de até brigar pelo título.

Mas, como disse lá em cima, ainda falta muito. Os técnicos Fernando Lázaro e Rogério Ceni têm muito o que fazer nos próximos dias, para que seus times cheguem ao ponto ideal para então merecerem ganhar um título.

SÃO PAULO MERECEU

No caso do São Paulo, seu jogo contra o Tigres, de quem ganhou dez anos atrás no Morumbi numa partida que só teve um tempo (o Tigres não quis voltar para o gramado e o São Paulo foi declarado campeão da Sul-Americana), teve nível apenas regular e valeu mais pela aplicação dos dois times do que pela qualidade técnica da partida.

O São Paulo mereceu os 2 a 0, porque jogou um pouco melhor e mostrou mais competência para se defender e atacar. O Tigres tem até alguns bons jogadores, mas não o bastante para se impor ao São Paulo de hoje. Aliás, gostaria de falar dos jogadores que foram escalados por Rogério Ceni. No gol, muito boa a atuação de Rafael, que, prá mim, já ganhou a condição de titular. É um bom goleiro. Na linha de zaga, os zagueiros de área Arboleda e Beraldo deram conta do recado. Arboleda foi um gigante e voltou a ser um titular brilhante.

Nathan oscilou como lateral pela direita. Michel Araújo, que fez sua estreia, mostrou muita competência. Mendes e Rodrigo Nestor trabalharam bem no meio campo. O primeiro marcou mais, o segundo deu apoio ao ataque. Foram bem. Wellington Rato, David e Erison jogaram no ataque. Este último fez os dois gols e foi o melhor do trio. Todos merecem ser mantidos. Mas o time precisa evoluir.

Libertadores - Corinthians
Renato Augusto volta a preocupar. (Foto: Rodrigo Coca / Corinthians)

BAIXA PREOCUPA O CORINTHIANS
Quanto ao Corinthians, tudo parecia começar bem até Renato Augusto sentiu uma contusão e deixou o campo aos dez minutos de jogo. Maicon entrou em seu lugar e nada fez. A Fiel ficou preocupada, pois sentiu que seu time teria dificuldades para vencer o limitado Liverpool.

As coisas só melhoraram aos 46 minutos do primeiro tempo, quando Balbuena, de cabeça, abriu o placar. Melhor ficou quando em jogada de Fagner pela direita, Roger Guedes fez, aos 3 minutos do segundo, 2×0 para o Timão.

A partir daí, foi só administrar o resultado, porque o Liverpool mostrou não ter forças para reagir. Aos 19 minutos, Guedes fez o terceiro e fechou o placar. Corinthians 3×0, com justiça. Cássio foi bem, como sempre. Fagner destacou-se no apoio. Gil, Balbuena e Fabio Santos não destoaram. Maicon, que substituiu Renato Augusto, foi muito mal. Giuliano também. Paulinho, que substituiu Giuliano, foi melhor. Roger Guedes foi um dos melhores do time e Yuri Alberto ajudou.

Desta equipe, diria que Gil e Fábio Santos são bons mas não têm o mesmo pique de antes. Não vão aguentar o ritmo por muito tempo. Será preciso também arrumar um substituto para Renato Augusto, que só suporta um tempo de jogo e hoje se machuca com mais facilidade. E faltam bons reservas. Por isso, como disse na abertura, o Corinthians ainda está longe do ideal. Assim como o São Paulo, que continua a ser um time que oscila demais. Falta-lhe regularidade.

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