Conmebol abre processo contra Cerro Porteño por gestos racistas contra o Palmeiras
Apesar da postura oficial, no Paraguai o racismo não é tipificado como crime, o que limita ações legais mais duras.

São Paulo, SP, 09, (AFI) – A Conmebol abriu um processo disciplinar para apurar os gestos racistas feitos por torcedores do Cerro Porteño durante a derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, pela fase de grupos da Libertadores. Os atos foram registrados no Estádio Nueva Olla, no Paraguai.
Vídeos mostram um torcedor imitando um macaco, outro com uma camisa estampada com o animal e um terceiro esfregando a pele do braço. As imagens foram divulgadas nas redes sociais por Rodrigo Wirth e Rodolfo Maia, funcionário do Palmeiras.
PARECE REPLAY
O clube paulista repudiou publicamente os atos, citando a reincidência do Cerro – é a quarta ocorrência desde 2022 – e questionou a eficácia das punições já aplicadas. Em nota, o Verdão cobrou atitudes firmes: “O que fizeram Cerro Porteño e autoridades locais para identificar e punir o torcedor que imitou um macaco para o atacante Luighi?”.
Em março, em jogo da Libertadores Sub-20, também no Paraguai, o Cerro já havia sido multado em US$ 50 mil e punido com portões fechados, além de ter sido obrigado a promover campanha contra o racismo.
Desta vez, o clube paraguaio prometeu agir rapidamente para identificar os autores dos gestos e, caso sejam sócios, expulsá-los e proibi-los de acessar o estádio. O Cerro classificou o caso como um “fato isolado” e reafirmou compromisso com o combate à discriminação.
FURO NA LEI
Apesar da postura oficial, no Paraguai o racismo não é tipificado como crime, o que limita ações legais mais duras. Já o Palmeiras relembrou que, em caso semelhante no Allianz Parque, puniu um torcedor com expulsão do quadro de sócios e o acionará judicialmente para ressarcimento da multa recebida da Conmebol.
A entidade sul-americana deve julgar o caso nos próximos dias.