Com "ajuda" do Ministério Público, Maxion promete lutar pelo Brinco de Ouro

Advogado do Grupo Zaffari diz que empresa tem "espírito de luta" e promete levar o caso ao TST

Advogado do Grupo Zaffari, Dárcio Vieira Marques, diz que empresa tem "espírito de luta" e promete levar o caso ao TST para levar Brinco de Ouro do Guarani.

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Campinas, SP, 08 (AFI) – A anulação do leilão do Estádio Brinco de Ouro foi apenas mais um “round” de uma batalha que pode se estender por anos. Pelo menos é isso o que garante o advogado Dárcio Vieira Marques, do Grupo Zaffari, do qual faz parte a empresa Maxion Empreendimentos, que havia arrematado o terreno do Guarani no dia 30 de março. Além disso, a promotoria do Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou com novo recurso.

Dárcio Vieira Marques, advogado da Maxion, promete entrar com recurso

Dárcio Vieira Marques, advogado da Maxion, promete entrar com recurso

Marques mostrou-se bastante surpreso com a decisão da juíza Ana Claudia Torres Vianna, titular da 6ª Vara do Trabalho, diretora do Fórum Trabalhista de Campinas e responsável pelo Núcleo de Execução da Justiça do Trabalho. Nesta terça-feira, ela anulou o leilão do dia 30 e abriu caminho para o Bugre negociar o Brinco com a Magnum.

“Isso nos obriga a ir pra frente. Vamos aos tribunais. Vamos ao TRT 15 de Campinas (Tribunal Regional do Trabalho da 15ª região), e vamos ao TST (Tribunal Superior do Trabalho). Temos por espírito lutar pelo que agente acredita”, prometeu, em entrevista à Rádio CBN de Campinas. “Acreditamos ter feito tudo de forma ética e transparente. Somos uma empresa séria, com 80 anos de tradição, responsabilidade e cumprimento com suas obrigações”, endossou.

O advogado citou um caso semelhante pelo qual passou o Grupo Zaffari há quase 20 anos. Em 1997, o grupo gaúcho arrematou o terreno do antigo Shopping Center Matarazzo, localizada em uma área nobre ao lado de onde fica a Arena do Palmeiras. A empresa travou uma batalha jurídica de cerca de uma década com a família Matarazzo, e conseguiu, enfim, inaugurar o atual Bourbon Shopping São Paulo em 2008.

“Nunca assisti nada parecido ou semelhante”, afirmou, sobre a decisão da juíza Ana Cláudia Torres. “Me parece (sic) que a conduta correta, com o devido respeito ao entendimento jurídico da magistrada, se ela quisesse corrigir algo, deveria anular tudo que foi feito e abrir um novo processo (leilão) aberto a todos interessados, inclusive a gente participaria. Confesso nunca ter visto nada parecido”, questionou.

Grupo Zaffari possui Boubon Shopping São Paulo, ao lado da Arena Palmeiras

Grupo Zaffari possui Boubon Shopping São Paulo, ao lado da Arena Palmeiras

MPT DE NOVO NO CASO
Menos de uma semana ter o recurso impugnado pelo TRT-15, a promotoria do MPT decidiu entrar mais uma vez com uma ação contra a juíza Ana Cláudia Torres. O órgão entrou com pedido exceção de suspeição ocorre pela verificação de elementos subjetivos que podem prejudicar a necessária imparcialidade que deve nortear uma atividade judicial.

Nessa modalidade de exceção, não haverá nunca a certeza do prejuízo à imparcialidade do magistrado, mas sempre uma suspeita de que o mesmo poderá agir mediante influência desses elementos subjetivos.

“A gente até admira a forma objetivo e positiva (sobre a atitude do MPT). O Ministério Público procura fazer a lei. E neste caso está simplesmente fazendo cumprir a lei. Entendo e aplaudo a conduta do ministério público”, afirmou o advogado da Maxion.

DÚVIDAS SOBRE A MAGNUM

Guarani e Magnum vão travar uma batalha jurídica com a Maxion

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Dárcio Vieira Marques também colocou questionamentos sobre o acordo que se desenha entre Guarani e Magnum. Pelo negócio anunciado, a empresa pagaria à vista as dívidas trabalhistas, que giram em torno de R$ 105 milhões e pagariam um aporte financeiro de R$ 350 mil mensais por 130 meses. Além disso, ajudaria o clube na construção de um estádio para 12 mil lugares, um CT e um clube social.

Todos estes valores seriam abatidos dos 14% do Valor Geral de Venda (VGV) do empreendimento que será construído no terreno. Contudo, ficam fora deste VGV as áreas do hotel e do shopping. Este é um ponto polêmico do negócio, já que não foi especificado o valor concreto de quanto serão estes 14%. Há apenas uma estimativa de que o VGV total (incluído hotel e shopping) possa chegar a R$ 2,3 bilhões.

“Ninguém sabe o que é este percentual de 14% do VGV. Ninguém sabe que prédio é este (que será contruído). Será que está dentro do plano diretor? Impossível de se saber qual será o valor (do VGV). Isso está fora dos parâmetros. Hoje em dia, usa-se de 20 a 25% aos proprietários”, concluiu.

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