Coletivo das Torcidas LGBTQ denuncia oito clubes por cânticos homofóbicos no Brasileirão

O grupo denuncia oito clubes pela ação de seus torcedores e até de integrantes

STJD

Rio de Janeiro, RJ, 08 (AFI) – O Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ ingressou na noite desta segunda, dia 6, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol com sete Notícias de Infração por cânticos homofóbicos entoados em partidas nacionais. O grupo denuncia oito clubes pela ação de seus torcedores e até de integrantes e pede a inclusão de Fluminense, Internacional, Náutico, Ceará, Atlético/MG, Remo, Paysandu e Corinthians  no artigo 243-G por ato discriminatório. As Notícias foram encaminhadas para análise do Procurador-geral Ronaldo Piacente.

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STJD analisará as denúncias

Confira abaixo os fatos narrados em cada Notícia de Infração:

FLUMINENSE:

Jogo: Fluminense x Internacional (06/11): Conforme registrado pela imprensa, na partida entre as equipes foi possível identificar coros de torcedores do Fluminense gritando “Arerê, gaúcho dá o c* e fala tchê”, se referindo ao clube adversário. Apesar da partida não ter sido paralisada, o sistema de som e imagem do estádio alertou a torcida para que parassem os gritos. O ato foi registrado pelo árbitro na súmula da partida.

INTERNACIONAL:

Jogo: Grêmio x Internacional (06/11): De acordo com a Notícia de Infração do Coletivo, no grenal é possível ouvir um coro gigantesco de pessoas gritando: “Atirei o pau no Grêmio e mandei tomar no c*, ô gremista filho da p* chupa r* e dá o c*.

O coletivo destaca ainda que o mesmo cântico foi proferido nos jogos: Grêmio x Internacional (06/11) e Internacional x Athlético/PR (13/11).

NÁUTICO:

Jogo: Náutico x Sampaio Corrêa (15/11): Durante a partida torcedores do Náutico entoaram gritos de cunho homofóbico de “bicha” todas as vezes em que o goleiro adversário se preparava para bater o tiro de meta.

CEARÁ:

Jogo: Ceará x Corinthians (25/11): Em partida realizada no Castelão, torcida, jogadores e diretoria do Ceará proferiram cantos com palavras de cunho homofóbico. Segundo o Coletivo das Torcidas LGBTQ, em vídeo juntado, é possível ouvir um coro gigantesco gritando: “A tuf é gay” e “matador de leão e come c* de tufgay”, se referindo ao clube adversário, Fortaleza.

Na partida contra o Sport, no dia 14/11, a torcida repetiu o canto no Castelão e o presidente do clube, Robinson de Castro aparece em um vídeo segurando um telefone em referência a música.

O mesmo canto foi proferido na partida contra o Fortaleza, realizada em 17/11. No vídeo foram identificados os jogadores Vina, Gabriel Dias, Messias, Luiz Otávio, Cléber,Lima, Fernando Sobral Lacerda e Rick,  além do presidente do clube, Robinson de Castro.

ATLÉTICO/MG:

Jogo: Flamengo x Atlético/MG (30/10): Na partida, realizada no Maracanã, a torcida visitante entoou ao time mandante: ” tomar no c* mengo, tu és time de otário c*, p* v* e ladrão”.

Jogo: Atlético/MG x Fluminense (28/11): Imagens da partida mostram os cantos homofóbicos do clube mineiro a partir dos 40 minutos do segundo tempo. O vídeo com os cânticos foi postado nas redes sociais de uma torcedora que estava acompanhando o jogo. O caso não foi relatado na súmula da partida e, segundo o coletivo de torcidas, o árbitro descumpriu a orientação 01/2019 do STJD.

REMO E PAYSANDU:

Jogo: Remo x Paysandu (04/12): A partida foi marcada por cenas de preconceito de ambas as torcidas. Imagens que circulam na internet mostram a torcida do Paysandu entoando gritos de v* ao jogador Neto Pessoa, aos 11 minutos do segundo tempo. Em outro momento um grupo de torcedores uniformizados gritaram várias vezes “Remista é gay, é gay, é gay”. Na mesma partida, torcedores do Remo entoaram para a torcida do Paysandu: “todo v* que eu conheço é bicolor”.

CORINTHIANS:

Jogo: Corinthians x Grêmio (05/12): Na Neo Química Arena torcedores do Corinthians entoaram gritos de cunho homofóbico direcionado aos jogadores do Grêmio. Durante o jogo a torcida gritava “gaúcho, viado” para os jogadores em campo. O fato não foi relatado na súmula.

Todas as Notícias de Infração foram encaminhadas para análise da Procuradoria, que definirá se há comprovação da infração e oferece denúncia em cada pedido ou se arquiva.

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