Chicão, gols e provações na vida

Chicão, gols e provações na vida

Chicão, gols e provações na vida

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Na passagem pela Ponte Preta em 1978, o ex-treinador Otacílio Pires de Camargo, o Cilinho, inventou o time ‘x’ – o principal -, e o ‘y’, alternativo.

Ao ‘y’ reservava espaço a jogadores reservas, que se alternavam em jogos nas competições disputadas pela equipe pontepretana. E neste time estreava precocemente um centroavante alto, apelidado de Chicão, que Cilinho teimava em identificá-lo como Kiko.

Claro que Chicão ainda precisava ser lapidado nos juniores e pra lá voltou, para ser trabalhado pelo treinador Milton dos Santos, à época.

Todavia, ninguém melhor que o também ex-treinador Dino Sani, na passagem pelo elenco de profissionais da Ponte Preta em 1982, para ensinar, na prática, como Chicão deveria bater de primeira em bola cruzada do fundo de campo.

Pois o ponteiro-esquerdo Mauro oferecia precisos cruzamentos e Dino, apesar de peso dos anos, ainda mostrava a velha categoria para acertar chutes de sem-pulos, indefensáveis.

De tanto gritar ‘é assim que faz, Chicão’, o mestre Dino constatou o obstinado discípulo praticar a lição durante jogos.

Chicão foi o típico centroavante trombador, mas sabia proteger bem a bola, girar, e confirmar a característica de oportunista, na própria Ponte Preta.

No Campeonato Paulista de 1983, por exemplo, dividiu a vice-artilharia com o saudoso meia Sócrates, com 21 gols em 41 jogos.

Nos seis anos como atleta profissional da Ponte, contabilizou 105 gols, período em que integrou o grupo que conquistou medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984.

Três anos depois começaram experiências em grandes clubes como Santos, Coritiba e Botafogo do Rio de Janeiro.

Depois, repasses em clubes como Bragantino, Portuguesa, Atlético Paranaense, Remo, Atlético de Sorocaba (SP), Ituano (SP) e Santa Cruz.

Ele havia montado escolinha de futebol em companhia do ex-meia Zenon – a Bolão -, quando, em 1999, vitimado por infarto e acidente vascular cerebral, correu risco de morte.

Ao se recuperar, montou a escolinha de futebol Chicão Futebol Center, mas novo derrame, em 2007, quase o deixou cego.

E livrou-se da nova provação, tanto que até voltou a jogar futebol com amigos, observando a recomendação médica para não cabecear.