CEO da Copa da Rússia diz desconhecer casos de assédio sexual no país

O cartola russo foi entrevistado durante a primeira coletiva de imprensa dada pela Fifa desde o início da competição

O cartola russo foi entrevistado durante a primeira coletiva de imprensa dada pela Fifa desde o início da competição

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São Paulo, SP, 29 – “Eu desconheço esses casos, esses incidentes”. Foi assim que Alexey Sorokin, CEO da Copa do Mundo da Rússia, respondeu à pergunta feita pela reportagem do Estado sobre os casos de assédios cometidos por brasileiros durante a disputa do Mundial de 2018. O cartola russo foi entrevistado durante a primeira coletiva de imprensa dada pela Fifa desde o início da competição.

“Eu desconheço o tema. Não acho que isso seja um problema enorme, não ocorreu tanto”, tentou minimizar Sorokin. Na sequência, o CEO da Copa tentou mudar um pouco o tom da sua resposta e disse esperar que “todos tenham respeito, sem distinção entre homens, mulheres, crianças. Cortesia é uma conduta básica. Em caso de condutas criminais, tomaremos medidas de acordo com as autoridades. Se quebrar as leis, vão responder por isso”, disse o russo.

Na primeira semana de disputa do Mundial, vídeos de torcedores brasileiros e de outros países latinos explodiram nas redes sociais e em grupos de WhattsApp basicamente com a mesma forma: vídeos de homens constrangendo mulheres russas, pedindo para que elas repetissem frases de cunho sexual.

Brasileiros fazem russa falar sobre partes íntimas

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LEGISLAÇÃO!
Em entrevista concedida ao Estado na semana passada, a jurista e ativista Alena Popova disse que deseja usar os incidentes de assédio na Copa para pressionar por mudanças na legislação do país. Ela ainda elogiou o comportamento da opinião pública brasileira, que se mostrou indignada com a atitude dos torcedores que assediaram mulheres durante o torneio.

“Isso é proibido, de acordo com nossa lei. Temos dois artigos incluídos em nossos códigos administrativos sobre hooliganismo. É sobre humilhação, honra e dignidade de uma pessoa, em termos de raça, gênero. E foi como um “uau, o que está ocorrendo?”. Então criei uma petição, com a ajuda da change.org. Graças aos cidadãos do Brasil que apoiaram – traduzimos para inglês e português -, em duas horas tínhamos mais de 5 mil assinaturas. E fiquei muito satisfeita”, disse Alena na ocasião.