Bons tempos em que o radialista tinha o que comemorar no seu dia
Hoje, radialista ou jornalista pode chegar à redação com precisas informações, mas, na 'cara dura', a chefia simplesmente as ignora
Radialistas e jornalistas transformaram-se em reféns de seus editores e patrões, principalmente nas editorias de política e economia.
BLOG DO ARI
Campinas, SP, 21 (AFI) – Semana longa para os clubes de Campinas transforma-se em sessões de divagações na mídia em geral, pela falta de renovação de assuntos.
Tivessem repórteres frequentando treinamentos do Guarani, por exemplo, de certo teriam conferido o processo de transformação de alguns de seus jogadores.
Teriam a resposta de como o lateral-direito Diogo Mateus, antes criticado por deficiências na marcação, hoje é apenas elogiado pelas transições ao ataque.
Se o lateral-esquerdo Mayk chegou ao clube com desconfiança, porque o torcedor fazia comparação com a eficiência do anterior Jamerson, hoje ele ganhou a confiança do torcedor bugrino.
BRUNINHO
O que dizer de Bruninho, que chegou ao Guarani como atacante de beirada pelo lado esquerdo, e a princípio não conseguiu se firmar como titular?
De repente, com o treinador Umberto Louzer, passou a ser o terceiro homem de meio de campo, com seguidas incursões ao ataque, para complemento de jogadas e belo gols.
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RADIALISTAS
Este 21 de setembro é marcado pela comemoração do Dia do Radialista, que na prática pouca coisa tem a comemorar.
E digo isso porque, além de jornalista, tenho registro de radialista, área em que atuei por 12 anos em Campinas, entre as décadas de 70 e 80.
Bons tempos em que o repórter de rádio acompanhava treinos, conversava diariamente com treinadores, atletas, cartolas e consultava fontes de informações adicionais como complemento das atividades no final de tarde, para assim ter perfeita radiografia do clube.
Hoje, como alijaram o repórter de sua atribuição no dia a dia, ele caiu no comodismo e fica à espera das informações caírem no colo, através dos assessores de imprensa, que só divulgam aquilo que não contraria interesses dos clubes.
CENÁRIO POLÍTICO
Radialistas e jornalistas transformaram-se em reféns de seus editores e patrões, principalmente nas editorias de política e economia.
Geralmente as chefias – rezando cartilhas patronais – se orientam pela tendência política partidária e acompanham fielmente o dito popular de que ‘manda quem pode e obedece quem tem juízo’.
Bons tempos em que editores alertavam a ‘reportaiada’ para não esconder nada, publicar ou divulgar todas as informações bem fundamentadas.
E ai do profissional que as omitia, ou displicentemente não fazia a devida checagem e tomava furo de reportagem da concorrência!
Hoje, radialista ou jornalista pode chegar à redação com precisas informações, mas, na ‘cara dura’, a chefia simplesmente as ignora, ou descaradamente avisa que a mando de alguém o fato tem que ser omitido.
Esse alguém em questão pode ser um agente político ou pessoas com relativa influência no veículo de comunicação.
Infelizmente, essa é a triste realidade. Logo, não me contestem quando cito que radialista tem pouca coisa a comemorar no seu dia.