BLOG do ARI: Jogador tem que ser cobrado

É injusto transferir culpa apenas a treinadores

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0002047923261 imgCrédito da foto: Rodrigo Vilalba

Campinas, SP, 25 (AFI) – Marco Chedid, presidente do Bragantino, confia cegamente no trabalho do treinador Marcelo Veiga e garantiu-lhe posto vitalício no clube. Quando o time vai mal, Chedid faz exatamente o inverso da maioria dos demais dirigentes de clubes: manda embora jogadores ‘cabeçudos’, remonta o time e preserva o técnico.

Oxalá Chedid seja o precursor de nova mentalidade no futebol, com real transferência de responsabilidade aos jogadores. Os erros deles devem ser evidenciados individualmente, até porque quando avaliados genericamente corre-se o risco de dividir culpa com quem não tem.

Oras, por que poupar o goleiro Rogério Ceni da responsabilidade integral dele no segundo gol do Atlético Goianiense, sábado passado, no empate em 2 a 2? Não tem essa de falha coletiva da defesa são-paulina. É preciso reafirmar, com todas as letras, que Ceni foi o responsável direto e pronto. Se é básica a argumentação de que bola na pequena área é do goleiro, naquele lance as chuteiras de Ceni estavam fincadas na grama e ele nem se moveu. Assim, o atacante Anselmo cabeceou livre e marcou o gol de empate numa bola que demorou para chegar perto do goleiro. Será que nada podia fazer também em frangaços contra Corinthians e Botafogo?

No mesmo jogo, o renomado meia Rivaldo ficou de frente para o gol adversário, mas mandou um ‘balaço na lua’. Depois dessas aberrações, a impaciente torcida são-paulina girou a metralhadora para o recém chegado treinador Adilson Batista, como se ele falhasse em gols e perdesse gol feito para o seu time!

Oras, tenha paciência! Adílson Batista mal esquentou a bunda na cadeira e já recebe vaias na estréia. Não é inteligente o são-paulino associar a capacidade do treinador aos insucessos nas passagens por Corinthians, Santos e Atlético Paranaense, os últimos clubes que trabalhou. Calma! Tem marcas positivas no currículo dele, uma delas quando trabalhou no Cruzeiro.

Já dizia o técnico Carlos Alberto Parreira que torcedor é caixa de ressonância, e bastaram críticas de setores da mídia na chegada de Adílson Batista ao São Paulo para que o torcedor ficasse com o espírito armado.

Num regime estritamente profissional como o futebol, a cobrança em relação a rendimentos de jogadores deveria ser igual ou maior a de treinadores. Quando será que o povo da bola vai cair na real?