Tênis: Em Roland Garros, Bia Haddad devolve Brasil às quartas de um Major após 55 anos

Ao incluir as disputas masculinas na comparação, a última participação brasileira em quartas de final foi de Guga, em 2004

Bia Haddad
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Campinas, SP, 05 – Beatriz Haddad Maia jogou, nesta segunda-feira, a primeira oitavas de final de um Grand Slam de sua carreira e conseguiu mais um resultado histórico. Venceu a espanhola Sara Sorribes Tormo por 2 sets a 1, com parciais de 6/7 (7/3), 6/3 e 7/5, para avançar às quartas de final de Roland Garros, o que a torna a primeira brasileira a chegar tão longe em um Major desde Maria Esther Bueno.

Além disso, aproximou-se do top 10 do ranking da WTA. Atual número 14 do mundo, já tem garantida a ascensão para o 13º lugar. Se vencer o próximo desafio, contra a tunisiana Ons Jabeur, número 7 do mundo, a paulistana garante seu lugar entre as dez melhores tenistas do mundo.

HÁ 55 ANOS…

A última vez que o Brasil teve uma mulher disputando uma quartas de final em simples em um Grand Slam foi em 1968, ano que marcou o início da Era Aberta e no qual Maria Esther atingiu tal fase tanto em Wimbledon quanto em Roland Garros, além de ter sido semifinalista do US Open.

Ao incluir as disputas masculinas na comparação, a última participação brasileira em quartas de final de Major em simples foi de Guga, também no torneio francês, em 2004.

O JOGO

Bia entrou em quadra como favorita. Tormo, 132ª colocada do ranking, chegou às oitavas sem precisar jogar a fase anterior, pois a casaque Elena Rybakina, número 4 do ranking, que seria sua adversária, ficou doente e não pôde entrar em quadra. A disparidade entre a paulista e a espanhola na classificação, contudo, não foi vista em quadra.

O primeiro set foi de muito equilíbrio e dificuldade para ambos os lados. Após um game inicial com alguns erros não forçados, Tormo começou a parcial em vantagem. Bia, contudo, conseguiu a virada por 2 a 1 ao quebrar o serviço da adversária no terceiro game.

A partir daí, a brasileira fez um jogo seguro e parecia caminhar para fechar o set tranquilamente, pois abriu 5 a 2, mas perdeu os três games seguintes, permitindo o empate ao ter o saque quebrado. Devolveu a quebra e viu a espanhola empatar de novo. No tie-break, mostrou certa dose de insegurança e cometeu erros, por isso foi derrota por 7 a 3.

A reação exigiria de Bia a força mental que ela já exibiu tantas vezes na caminhada que a levou ao seu atual posto histórico no tênis brasileiro, ainda mais após um início de segundo set tão complicado.

Ela começou a parcial com uma quebra e perdeu os dois primeiros e longos games, antes de perder a disputa mais curta do terceiro. Com desvantagem de 3 a 0, reencontrou o foco para buscar uma virada incrível, em meio a três quebras e sem perder mais nenhuma game, fechando em 6/3.

3º SET

O terceiro set foi de mais tensão, porém sem o susto inicial do segundo. Dessa vez, o duelo foi parelho, com Bia crescendo a cada game, apesar de alguns erros, até abrir 4 a 2 na parcial.

Deixou a adversária vencer mais um game, mas manteve o controle até abrir 5 a 3 e perder três match points em uma dura batalha no game seguinte, vencido por Tormo, que empatou 5/5 em seguida. *A brasileira teve forças para não sucumbir e, após 3 horas e 51 minutos de jogo, caiu em lágrimas ao fechar o 7/5, no primeiro match point que teve para fehcar o game final.*