BATE-PAPO COM ARI: Valorização dos laterais

Colunista do Portal FI comenta o papel dos laterais na Copa

Colunista do Portal FI comenta os jogadores que atuam pelos lados do campo.

Esse negócio de dizer que tal seleção joga no 3-5-2, 4-3-3 ou 4-4-2 é muito relativo. O radialista carioca Washington Rodrigues, o Apolinho, que topou o desafio de assumir o comando técnico do Flamengo, décadas passadas, foi curto e grosso quando indagado sobre o esquema tático que utilizaria: “Esses números de esquema tático parecem número de bonde aqui no Rio de Janeiro”, ironizou, arrematando sobre o racional no futebol: com a bola o time ataca, sem a bola defende.

Na fase classificatória desta Copa do Mundo na África do Sul, pode-se dizer que a ordem geral dos comandantes dos selecionados era defender com o maior número de jogadores, e só sair para o ataque na ‘boa’, sem descuido. Por isso viu-se retrancas incríveis, poucos gols e jogos feios.

A partir das oitavas-de-final ficou mais claro a distribuição das equipes em campo, e surpreendente Brasil, Portugal, Alemanha, Uruguai e Argentina recriaram o futebol com laterais marcadores, revivendo as décadas de 70 e 80 quando os laterais tentavam evitar jogadas de fundo dos adversários, e por vezes fechavam por dentro desempenhando funções de autênticos
zagueiros. Isso não invalidava apoio ao ataque, porém racionais. Avançavam quando a situação permitia.

No time brasileiro, essencialmente contra o Chile, Maicon foi um marcador implacável. E quem não apostava um ‘vintém’ na capacidade de marcação de Michael Bastos, se enganou. Marcou, e marcou bem. Por vezes, ambos também atacaram.

Na Argentina, desde o início da Copa, Heize tem se identificado mais como lateral-esquerdo de marcação. No lado direito da defesa, tanto Otamendi quanto Gutierrez priorizaram defender. A situação não é diferente no Uruguai, principalmente com Alvaro Pereira na lateral-esquerda.

Na Alemanha, Lahm e Boateng copiam os bons exemplos dos sul-americanos. Lahm é um lateral-direito que usa muito bem a perna esquerda. Seu estilo de marcador lembra o do ex-jogador Nelsinho Baptista, treinador desde os anos 80. Portugal marca bem com os laterais Ricardo Costa e Fábio Cuentrão, respectivamente pela direita e esquerda. A vantagem é que Cuentrão também tem habilidade e avança bem pelo setor. A rigor, é o melhor lateral-esquerdo deste Mundial.

Pra variar, novo erro de arbitragem beneficiou a Espanha no confronto contra o portugueses, por ocasião do lance que originou o gol espanhol. E o atacante Cristiano Ronaldo, hein? Decepção total. Só ‘máscara’ e pouca bola.

Ariovaldo Izaac