Até no título de 1969 o pontepretano ficou angustiado

Advogado histórico defendeu a Ponte Preta no STJD do rio de Janeiro, onde foi declarada campeã do Paulista de 1969 da 1.ª Divisão

Até para comemorar título de divisão de acesso no Paulista em 1969, a torcida pontepretana passou por momentos de angústia.

A Ponte Preta está de volta à elite estadual
Ponte Preta: torcedor sofrido

Campinas, SP, 3 (AFI) – A proposta de discutir futebol quando a bola rola não ganhou repercussão através dos parceiros pontepretanos que habitualmente postam comentários no blog, na edição anterior, na plataforma https://blogdoari.futebolinterior.com.br/, quando houve detalhamento das características do Novorizontino, e como a Ponte Preta deve se precaver para a primeira partida da decisão de título, nesta quarta-feira, em Novo Horizonte.

Diagnóstico do desenho tático de um jogo, de fato é tarefa difícil e requer extrema concentração, coisa por vezes inconciliável a torcedor fanático, que mal vê a cor da camisa do time dele. Que tal, então, história relevante de mais de 50 anos da Ponte Preta?

TÍTULO DE 1969

Septuagenários, ou perto disso, ainda guardam na memória 1969, enquanto adultos já ouviram pela metade a história daquele quadrangular decisivo da antiga Primeira Divisão do futebol paulista, com todos os jogos realizados do então Estádio Palestra Itália, do Palmeiras.

Foi quando o saudoso e fanático torcedor bugrino Luiz Meireles lotou a sua perua Kombi com amigos da Rua Frei José do Monte Carmelo, no bairro Jardim Proença, para acompanhar os jogos da Ponte Preta naquele quadrangular, no mês de outubro. Aí pisei pela primeira vez no Parque Antártica e vi a vitória pontepretana sobre o Linense por 3 a 1. Depois, goleada por 3 a 0 diante do Noroeste.

Ponte Preta - campeã 1969
Ponte Preta campeã em 1969 após decisão do STJD do Rio. Foto: Arquivo Pessoal de Dicá – produção V8

FESTEJAR OU NÃO FESTEJAR ?
O palco de grandes concentrações de eventos esportivos e festivos já era o Largo do Rosário, e o pontepretano que não viajou a São Paulo, para acompanhar o jogo decisivo contra a Francana, ficou na sintonia de um dos narradores das três emissoras de rádio da época, que faziam aquela cobertura, todos falecidos: Mário Melilo pela Rádio Cultura; Sérgio Salvucci na Rádio Brasil; e a dobradinha Pereira Neto e José Sidney pela Rádio Educadora, hoje Bandeirantes/Campinas.

O titular da emissora, Salvador Lombardi Neto, havia falecido em junho daquele ano, aos 39 anos de idade, vítima de colapso cardíaco. Tudo pronto para o festejo dos pontepretanos, mas a Francana do saudoso Paulo Leão – ex-bugrino – ajudou a estragar a festa, ao marcar o terceiro gol, em goleada por 3 a 0 que daria o título ao time de Franca.

Foi quando o centroavante Djair ainda marcou o gol de honra da Ponte Preta. Sabe-se lá se o regulamento da época não era elucidativo, pois tanto Francana como Ponte Preta esboçaram comemoração de título ainda no gramado. De retorno a Campinas, já na madrugada de primeiro de novembro, fomos conferir se havia pontepretano no Largo do Rosário, e constatamos cerca de vinte ‘gatos pingados’ gritando ‘Pontêêêê’, e dando volta naquele local.

TRIBUNAL DO RIO

Diante da incerteza sobre a definição do campeão, o jurídico da Ponte Preta ingressou no STJD (Supremo Tribunal de Justiça Desportiva) da CBF, para definição da pendência, ocasião em que o clube foi defendido pelo advogado Agathyrno Silva Gomes, à época presidente do Vasco, e que faleceu em 2015.

Demorou, mas o pontepretano da época pôde soltar o grito de ‘é campeão’, e usar como palco para comemoração o velho e sagrado Largo do Rosário. Afinal, enfim, a Ponte Preta era campeã e tinha subido (naquela época só subia o campeão)., Até para comemorar título de divisão de acesso no Paulista a torcida pontepretana passou por momentos de angústia.

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