Depois do fracasso da Seleção Brasileira na África do Sul, conversando com o mano Ali Kanso, jornalista e que durante muito tempo narrou futebol pela Rádio Tupi de São Paulo, chegamos à conclusão de que o Brasil só teve três seleções de ouro. O resto foi “baba”.

Também concordamos que as seleções de 58 e 62 foram às melhores de todas, inclusive até mesmo que a de 1970, ganhadora do tri e que até hoje é a mais vangloriada pela imprensa.

Posso até, juntamente com o caríssimo leitor, fazer uma grosseira comparação entre os jogadores vencedores das três copas. Claro que não estou em momento algum querendo tirar o mérito do selecionado de 70.

Vencemos a Copa de 58 com: Gilmar; Djalma Santos, Orlando, Bellini e Nilton Santos; Zito e Didi; Zagalo, Vavá, Pelé e Garrincha.

Na Copa de 62 fomos campeões com: Gilmar; Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nilton Santos; Zito e Didi; Zagalo, Vavá, Amarildo e Garrincha. Nessa Copa Amarildo substituiu Pelé que jogou pouco no primeiro jogo, saindo com estiramento na virilha.

Na Copa de 70, fomos Tri com Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Gerson e Clodoaldo; Pelé, Rivelino, Tostão e Jairzinho.

Vamos fazer um comparativo? – Gilmar e Félix? Gilmar. Djalma Santos e Carlos Alberto? Empate. Orlando e Brito? Orlando. Bellini e Piaza? Bellini. Nilton Santos e Everaldo? Nilton Santos. Meio de campo: Zito e Didi ou Gerson e Clodoaldo? Zito e Didi. Ataque: Zagalo, Vavá, Pelé e Garrincha ou Pelé, Rivelino, Tostão e Jairzinho. Quase um empate ai. Na Seleção de 58 o centroavante Vavá era melhor que Tostão.

Perceberam que individualmente as seleções de 58 e 62 tinham jogadores melhores que a seleção de 70? Repito, não estou fazendo esse comparativo para depreciar a Seleção de 70, muito pelo contrário.

A canarinho de 70, talvez por ter tido suas partidas transmitidas pela televisão – em cores – e com as geniais jogadas de Pelé, Garrincha e Jairzinho, tenha marcado mais na lembrança das pessoas, daí o sucesso maior também.

Na Seleção de 62, Amarildo que substituiu Pelé transformou-se na grande sensação e, comparativamente com Tostão, também foi melhor que o atacante mineiro.

Não gostaria de dar minha opinião sobre qual a pior seleção que tivemos, porém, posso destacar as duas dirigidas pelo Telê Santana e esta última, dirigida por Dunga, na África do Sul.

As duas do Telê disputaram duas Copas praticamente com os mesmos jogadores. Eram seleções que jogavam bonito, eram. Só que com “um salto alto” tanto grande que não ganharam nada.

A seleção do Dunga ficou jogando com os mesmos jogadores quase quatro anos. Ganhamos alguns amistosos e a classificação antecipada para o Mundial derrotando seleções bem inferiores.

Quando pegamos algo melhor não ganhamos e, pior, os nervos do treinador, certamente atingindo os jogadores, levaram à derrota e a conseqüente desclassificação contra a Holanda.

Minha sugestão aos mandantes da CBF para a próxima Copa em 2014 no Brasil: Contratem um técnico que não tenha tantos melindres e que não queira ser melhor que os atletas, e que os jogadores convocados sejam os que estiverem atuando no Brasil.

O caro leitor entende que o jogador que joga no exterior ganhando fortuna em Euro ou em Dólar, vai botar sua perninha valiosa numa dividida só porque está jogando pela Seleção Brasileira?

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