‘Futebol é resultado’. Esse bordão o ex-treinador Jair Picerni repetia a cada entrevista, principalmente para justificar bom rendimento de suas equipes, porém sem o resultado positivo.

Isso se aplica perfeitamente à vitória da Ponte Preta diante do Corinthians, que não espelha com fidelidade o que foi o jogo.

Claro que o goleiro Aranha está entre os três paus de sua meta com atribuição de evitar que ela seja vazada, mas três defesas com alto índice de dificuldade refletem que ‘roubou’ a cena de melhor jogador em campo disparadamente, no domingo.

Aí, revendo os lances em que Aranha salvou a meta pontepretana, pensei com os meus botões: se aquelas cabeçadas tidas como indefensáveis do zagueiro Pablo e atacante Jô entrassem, cairíamos no emblemático bordão ‘futebol é resultado’.

O ‘se’ não joga, mas certamente diriam que os zagueiros pontepretanos perderam as jogadas por cima. Igualmente haveria reverência naquela bola levemente desviada com o pé pelo meia Rodriguinho que Aranha, no puro reflexo, salvou.

MILAGRES

Não se trata de querer descobrir pelo em ovo, mas tem-se que considerar necessariamente que não será sempre que Aranha fará milagres como no domingo.

Isso não pode ser ignorado do contexto, principalmente através do treinador pontepretano Eduardo Baptista, que na entrevista coletiva pós-jogo respondeu aos críticos – mesmo sem aspereza – que tem escalado os melhores zagueiros que a Ponte Preta dispõe no elenco.

Afora isso, é obrigatório reconhecer que Eduardo Baptista consegue incutir na boleira o espírito guerreiro de começo ao fim, uma pitada de catimba para simular contusões e ganhar tempo na administração da vitória, porém sentido de organização na malha de marcação e um repertório então não visto de jogadas ensaiadas ofensivas, um dos raros remédios para ineficiência no setor de criação e de complementação de jogadas.