Apesar da derrota, Ponte Preta foi competitiva e vai revigorada para o dérbi
Flamengo vence em Campinas por 1 a 0
Apesar da derrota, Ponte Preta foi competitiva e vai revigorada para o dérbi
Torcedor de futebol é passional. Logo, compreende-se perfeitamente a sua revolta ao ver a derrota de sua equipe, como foi o caso da Ponte Preta diante do Flamengo por 1 a 0, pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil, na noite desta quarta-feira, em Campinas.
Na jogada do gol, Paquetá foi lançado nas costas de Reynaldo e Marciel, cruzou, e Henrique Dourado só empurrou a bola pra rede, aos 32 minutos do primeiro tempo.
Quem vê futebol à luz da razão, logo conclui que, apesar da derrota, a Ponte Preta vai revigorada para o dérbi campineiro no próximo sábado. Colocou em prática um estilo extremamente competitivo contra um adversário muito mais qualificado.
Ao admitir a superioridade técnica do Flamengo, que sabe rodar a bola, impõe volume de jogo, conta com jogadores criativos para enfiada de bola e arremate, a Ponte optou por reforçar a marcação.
Quem observa a escalação com Felipe Saraiva e Orinho, teoricamente com atribuição de criar jogadas ofensivas, respectivamente pela direita e esquerda, esquece que a incumbência inicial de ambos é postura defensiva, marcando pelos lados do campo.
ANDRÉ CASTRO
A estreia do volante André Castro serviu para melhorar a consistência defensiva da Ponte. Junta-se a isso a competitividade de Lucas Mineiro e Thiago Real, com forte pegada no meio de campo, minando parcialmente a criatividade do Flamengo.
Houve cuidado, igualmente, para se evitar que a bola chegasse em boas condições para o flamenguista Vinícius Júnior, aberto no lado esquerdo do ataque, na tentativa de colocar em prática a sua característica jogada individual de fechar por dentro e finalizar com a perna direita.
A porta foi fechada tão logo ele realizou essa jogada, exigindo elasticidade do goleiro pontepretano Ivan, para praticar a defesa.
Por sinal, o flamenguista só voltou a ter oportunidade quando a Ponte atacava, quase no final, e o lateral-direito Igor tomou bola nas costas. Por sorte dos pontepretanos, o chute encobriu o goleiro Ivan.
Se era aceitável a proposta defensiva da Ponte, faltava qualidade para fluência de passes quando procurava se organizar nos contra-ataques.
O atacante Fellipe Cardoso era absorvido pela marcação, e não dava pra se cobrar vaivém qualificado de Saraiva. Quando chegada ao ataque já estava sem forças.
Como ofensivamente Orinho não convence, a Ponte se resumiu a uma oportunidade de gol no primeiro tempo, em finalização de Igor, com a bola passando perto do gol.
ALTERAÇÕES
Doriva até demorou para sacar Orinho. Se o substituto Júnior Santos igualmente entrou tropeçando na bola, pelo menos foi mais competitivo, e com isso provocou erro do zagueiro Léo Duarte.
No desdobramento do lance, a bola sobrou para Fellipe Cardoso, que não teve a aptidão de artilheiro. Quase da marca de pênalti chutou a bola no travessão, aos 33 minutos, e desperdiçou chance de ouro. Como ainda ficou com o rebote, permitiu defesa do goleiro Diego Alves, na finalização.
Claro que a melhoria de rendimento da Ponte, a partir da segunda metade do segundo tempo, teve muito a ver com a paúra do treinador em exercício do Flamengo, Maurício Barbieri, que havia trocado o meia-atacante Geuvânio pelo volante Jean Lucas, e posteriormente o outro meia-atacante Éverton Ribeiro pelo lateral Pará.
Assim, ao retrancar o seu time desnecessariamente, Barbieri chamou a Ponte contra a sua defesa, e correu risco de ceder o empate.
PÚBLICO E COLUNAS
Registro, também, para o bom público de 9.060 pagantes, naturalmente com flamenguistas infiltrados entre pontepretanos, mas prudentemente sem se identificarem.
Por fim, vai pro ar a coluna de áudio Memórias do Futebol, que em tempos de Copa do Mundo focaliza o ex-volante Denílson, primeiro cabeça de área do futebol brasileiro.
No Informacão, vídeo de comportamento. Em vez de latir, o cachorro mostra ao dono, com a pata, que deseja um espaço no cobertor.