A Copa da Vodka, até agora, não empolgou a torcida, conforme a pesquisa do Datafolha, que cravou o seguinte percentual da insatisfação nacional: 53% da população não está nem aí com o Mundial. O povo está, isto sim, preocupado com o desemprego, a violência, a desigualdade social, a saúde caótica e a educação péssima.

Claro que esse quadro de indiferença para com a seleção ainda pode mudar, porque o brasileiro é cordial e, muitas vezes, perdoa pois Cristo mandou perdoar, quem lhe fez algum mal, setenta vezes sete.

A Copa no país em que o futebol é patrimônio cultural de seu povo, tem também o seu rol de Copas que nos envergonham.

Como ser feliz se o povo perdeu a esperança neste país de Macunaímas, corruptos, ladrões e políticos que saqueiam os cofres públicos, aumentam suas riquezas e não se importam com o sofrimento de quem não tem casa, nem eira, nem beira, e nem comida suficiente.

Se já nos orgulhamos de cinco Copas, temos as Copas das Copas das desgraças nacionais. E olhem que esse rol é enorme e que nos permitimos reproduzir abaixo:

1. Copa do ladrão compulsivo.
Ele mesmo confessou que a soberba o levou a meter a mão no dinheiro público. Confessou que, por suas mãos sujas passaram mais de um bilhão de reais.

Dinheiro sujo da propina. Seu nome é Sérgio Cabral, abençoado por Lula, Dilma e um corja de meliantes ideológicos. Como ladrão compulsivo, Sérgio Cabral disse que daquele montão de dinheiro só ficou com 20 milhões. Só faltou achar que era pouco.

2. A Copa do petróleo é nosso.
É nada, na capitalização da Petrobrás, no governo de Lula foram investidos 50 bilhões de dólares. Você recebeu algum dividendo? A gasolina nossa é mais cara do que nos EUA. Pior é que um sátrapa tucano inventou a correção do diesel e gasolina diariamente. O Sr. Parente é atrevido. Deve ser parente do capiroto.

3. As Copas dos assaltantes, com outros ladravazes de partidos associados aos roubos da Petrobrás, deixaram 62 bilhões de dólares e ainda tiveram coragem de mandar o povo -a Petrobrás não é nossa – pagar a conta. Safardanas! Sacripantas!

4. A Copa da usura mora nos bancões que exploram o povo com juros extorsivos. Todos os candidatos são apoiados por eles. No ano passado, num debate, do qual participei com o Sr. Gustavo Loiola, ex-presidente do Banco Central, questionei-o porque o Brasil tem os juros reais mais caros do mundo (a Selic, na época, estava em 8,5%?

Ora, se a inflação era de 3%, o lucro real era de 5%. Só para lembrar: no empréstimo consignado, desavergonhadamente, os idosos já chegaram a pagar 30% de juros ao ano. Roubalheira vergonhosa e a pensar que o autor desse furto ao bolso dos aposentados é o demiurgo que está preso em Curitiba.

5. A Copa dos juros escandalosos da dívida pública.
É o seguinte: o governa almoça e janta dinheiro todo dia nos cofres dos banqueiros para rodar a máquina do país. A nossa dívida pública hoje é de 5 trilhões e quatrocentos bilhões.

Os bancos recebem pelo dinheiro emprestado ao governo com a correção da taxa Selic, que hoje está em torno de 6,25%. Sabem quanto pagamos de juros em cima dessa monstruosa dívida pública de 5,4 trilhões em 2017? A bagatela de 500 milhões de reais.

6. Os comentaristas de economia.
A serviço do chamado mercado, soltam seus espantalhos em todos os programas de rádio, TV e jornais:

O mercado não aprova o que o governo quer. Pois bem, o mercado são os especuladores, salteadores de cofres públicos, o contingente de 1% das elites fica com mais de 90% da renda nacional. Essa história de mercado é o biombo dos exploradores.

Aliás, o tal mercado é como o monstro do Lago Ness. Ele não existe fisicamente, ninguém o viu, mas ele existe no imaginário de quem vai na conversa desse tal mercado, que tanto agrada certos midiáticos, a serviço desse capitalismo selvagem

7. E a Copa do swap cambial, o que é isso? Quem explica? Swap cambial é um contrato de venda futura do dólar. Por exemplo: você “compra” um contrato por um tempo, seis meses, um ano, como queira. Na hora de vender, a remuneração do comprador é pelo dólar do dia. Isto varia, hoje, de 3% a 10%.

De onde sai o dinheiro? Do nosso bolso, isto é, dos 382 bilhões de dólares de reservas cambiais. É o seguro do rentista. Lucros exorbitantes pagos pela legião dos miseráveis do país.

Na última crise, o presidente do Banco Central, from Banco Itaú, Ilan Goldfajn, avisou:

“Eu derrubo o dólar, gasto até 20 bilhões ou mais”.

É a mesma coisa que chamar os pantagruélicos tubarões para saciar sua fome de riqueza maior, fruto do suor e sangue desse pais de 204 milhões de almas. Para as elites, dinheiro não falta.

8. A Copa do sem emprego é nossa e ninguém tasca.
São 13 milhões sem trabalho, mais 4 milhões de desalentados, mais 20 milhões de nem-nem, jovens que não estudam, nem trabalham. Outro dia, calcularam esse mundo de gente sem emprego em 27 milhões.

9. A Copa da bala perdida e a Copa do PCC
O Rio virou a capital da bala perdida e o crime organizado tem vários donos: Comando Vermelho, ADA – Amigos dos Amigos, as milícias, PCC etc. Rola droga, maconha e a droga que o viciado quiser. Existe até delivery. Armas não faltam. Entram até pelo Galeão.

A favela não refina drogas, nem fabrica armas pesadas. Ora, se a classe política saqueou o Rio porque o crime organizado não faria o mesmo? Pior é que existe um juiz que solta todos os comparsas de Sérgio Cabral. Esse ilustre julgador é um Lacto Purga. Se você está apertado na cadeia, a liminar monocrática vira porta de saída para quem quiser reincidir no crime.

10. Copa dos homicídios e banhos de sangue: o Brasil tem 62 mil mortos por ano, vítimas de armas de fogo ou armas brancas. Proporcionalmente, morre mais gente no Brasil por crimes do que na guerra da Síria. Aliás, você se lembra da campanha de desarmamento da população?

O plebiscito derrotou aqueles que queriam o povo desarmado – o que é bom – mas ninguém impede o tráfico de armas e os bandidos se armam com trabucos até fuzis AK-47.

A taxa de crimes no país é de 30 mortos num universo de 100 mil pessoas. Pior é que sempre culpam São Paulo pela violência, onde o número de mortos é de 9 pessoas em 100 mil habitantes.

11. A Copa dos que morrem pela péssima saúde que temos. O SUS é pouco usado por políticos. Eles preferem o Sírio, o Einstein, e outros hospitais porque o SUS é para os pobres.

12. A Copa das drogas que não comove ninguém. Temos 17 mil km de fronteiras. Somos vizinhos de quatro países produtores de maconha, crack e cocaína: Paraguai, Bolívia, Colômbia e Peru.

O governo não faz nada e somos vice-campeões mundiais em consumo de cocaína, campeões mundiais de consumo de crack e a maconha está ali perto nas fronteiras de Mato Grosso e Paraguai. Tudo isso nos envergonha e nossos jovens morrem mais cedo porque o Brasil é rota do tráfico. E ainda exportamos os estoques excedentes.

13. Os remédios aqui são caríssimos e as farmácias proliferam neste pais tremendamente doente. Somos campeões no consumo de fármacos. A Copa, se vier, não vai mudar nada. O povo quer sim, a Copa da ética e quer ver todos os ladrões de suas esperanças atrás das grades. Copa, sim.

Copa de 7×1 ou 171, não. Deus nos livre.