Matonense é absolvida após investigação de manipulação de resultados; Atletas são punidos

Apesar do clube ter se livrado de maiores punições, cinco atletas foram acusados de terem participação na manipulação de resultados

A Matonense conheceu nesta segunda-feira (22) o desfecho da investigação do Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP)

Matonense advogado Armando Zavitoski
Advogado Armando Zavitoski comenta caso de manipulação (Foto: Reprodução / TVM)

Matão, SP, 22 (AFI) – A Matonense conheceu nesta segunda-feira (22) o desfecho da investigação do Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) que resultou em absolvição do clube em um possível envolvimento em manipulação de resultados durante o Campeonato Paulista da Série A3 de 2024.

Diferente disso, os atletas Fernando Costa Oliveira, Erick Jesus de Oliveira, Mateus da Silva Lima, Breno Santos de Oliveira e Vinicius Torres dos Santos foram punidos entre 180 a 360 dias por envolvimento na manipulação. O goleiro Alan Fernando de Lima Tobias foi o único atleta absolvido, por unanimidade, após apresentação de “provas documentais e de vídeo” de sua defesa.

Matonense advogado Armando Zavitoski
Advogado Armando Zavitoski comenta caso de manipulação (Foto: Reprodução / TVM)

Em entrevista à TVM, o advogado do clube, Armando Zavitoski, confirmou a absolvição por parte da SEMA: “A Matonense foi absolvida da suspensão, apesar de ter pego uma multa na qual vamos recorrer, e alguns atletas, antes era um, agora foram cinco atletas suspensos, variando em punições de 180 a 360 dias, além do goleiro Alan, que foi absolvido”.

“A Matonense é vítima (do caso de manipulação), ela não teria como não ser absolvida desse inquérito porque a culpa é toda de quem praticou, e o TJD entendeu isso. A empresa gestora trouxe esses jogadores, e acho que agora haverá um desdobramento disso na área penal, os jogadores serão ouvidos, mas a princípio, ela só pune os jogadores”, completou o advogado.

CLUBE ABSOLVIDO… MAS MULTADO!

Apesar da absolvição que certamente traria piores medidas contra a agremiação, a multa de R$ 60 mil não foi retirada, tendo em vista que a Matonense esteve envolvida no caso segundo o Art. 191, de “Deixar de cumprir, ou dificultar o cumprimento”, que no caso se enquadra no item II: “de deliberação, resolução, determinação, exigência, requisição ou qualquer ato normativo ou administrativo do CNE ou de entidade de administração do desporto a que estiver filiado ou vinculado”, tendo em vista que os atletas estavam vinculados ao clube.

Ainda em relação à multa aplicada ao SEMA, o TJD aplicou R$ 10 mil de punição por partida manipulada. Como julgada pelo Tribunal de São Paulo, em seis das 11 partidas que o clube chegou a disputar na primeira fase da Série A3. Nas quatro remanescentes o WO foi aplicado a favor dos adversários, e a Matonense foi rebaixada ao Paulistão A4 em 2025.

CONFIRA A PUNIÇÃO DE CADA UM DOS ATLETAS DA MATONENSE

Fernando Costa Oliveira (zagueiro) – Art. 243; punição de 200 dias;

Erick Jesus de Oliveira (lateral-esquerdo) – Art. 243 por duas vezes; punição de 360 dias;

Mateus da Silva Lima (atacante) – Art. 243 por duas vezes; punição de 360 dias;

Breno Santos de Oliveira (zagueiro) – Art. 243; punição de 220 dias;

Vinicius Torres dos Santos (volante) – Art. 243; punição de 180 dias;

FERRAMENTA DE IDENTIFICAÇÃO DE APOSTAS

Segundo o advogado Armando Zavitoski, nenhum dos cinco atletas confessou ter participação na manipulação de apostas esportivas até a publicação da reportagem. No entanto, foi possível identificar as irregularidades através da Gaming Laboratories International (GLI), que tem como função identificar incoerências em sites de apostas para mapear possíveis casos de manipulação.

Zavitoski ainda disse que a ferramenta da empresa GLI é a mesma que o presidente da SAF do Botafogo-RJ John Textor teve acesso para acusar manipulação por parte de cinco atletas do São Paulo na derrota por 5 a 0 para o Palmeiras, em duelo da 29ª rodada do Brasileirão de 2023.

RELEMBRE O DECORRER DO CASO

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